A notícia não pode surpreender e segue a rotina: nos primeiros 35 dias deste ano, o governo federal pagou 51 bilhões e 800 milhões de reais para rolar sua dívida. Dinheiro que se destinaria, entre outras rubricas, aos programas de assistência social.
Soma-se a outra: as despesas do governo federal no ano passado superaram as receitas obtidas com impostos. O déficit foi de 95 bilhões de reais, sem incluir os 540 bilhões dos juros, que ficam numa contabilidade separada.
A 6 de fevereiro de 1994, o líder do PSDB no Senado, Mário Covas, diante das dificuldades para aprovação do ajuste fiscal, subiu à tribuna para dizer: “Vocês não querem zerar o déficit público.”
Nada mudou.
Desinteresse
Sucessivos governos não se entusiasmaram com a reforma tributária. Está comprovado que o sistema só é ruim para empresas e pessoas físicas. O setor público considera conveniente. Por trás está a fórmula garantida que permite o aumento de impostos a qualquer momento.
Onde estão
Deputados do MDB definiram ontem os cargos para este ano: Vilmar Zanchin assume como líder da bancada; Sebastião Melo presidirá a Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo; Tiago Simon, a de Ética e Fábio Branco, a de Constituição e Justiça. Gabriel Souza é o 1º secretário da mesa diretora.
Não desiste
Dos quadros da Fiergs, apenas Luiz Carlos Mandelli buscou espaço na política. Chegou a entrar na lista de pré-candidatos ao governo do Estado em 1994 pelo PP, mas não avançou.
Ao contrário do Rio Grande do Sul, Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo desde 2004, é um persistente. Filiou-se ao PSB em 2009 e concorreu a governador um ano depois, ficando em quarto lugar. Passou para o MDB em 2011 e disputou mais uma vez o governo, na eleição de 2014, chegando em segundo lugar. Em 2018, foi para a terceira tentativa de tomar conta do Palácio Bandeirantes e não passou do terceiro lugar.
Esta semana, aproximou-se do presidente Jair Bolsonaro. Vai se filiar ao Aliança pelo Brasil para concorrer de novo ao governo.
Absurdo
Apenas 48 por cento da população brasileira têm acesso à coleta de esgoto. Mesmo assim, gestores públicos jogam dinheiro público pelo ralo e ficam impunes.
Fora de controle
A 5 de fevereiro de 1998, deputados da oposição e 150 manifestantes da CUT, do PSTU e de entidades de aposentados promoveram três horas e meia de tumultos na Câmara dos Deputados, que votaria parte da reforma da Previdência. Culminou com a invasão e ocupação por mais de uma hora do plenário principal, fato inédito na História do Poder Legislativo. Os manifestantes só deixaram o local depois que o presidente da mesa diretora, Michel Temer, convocou um batalhão da Policia Militar e ameaçou retirá-los a força. Acrescentou: “Se necessário, atirando.”
Pressão no Nordeste
A 5 de fevereiro de 1930, comício da caravana gaúcha da Aliança Liberal, chefiada por Batista Luzardo, foi dissolvido a tiros em Natal. Morreu um tenente do Exército e dez ficaram feridos. Um desses, Fernandes Barbosa, na maca do hospital, disse: “Morro, mas Getúlio Vargas subirá ao poder.”
Foi o que aconteceu a 3 de novembro do mesmo ano.
Efeito da tecnologia
Houve tempo em que usar e abusar de recursos para tratamento de imagens fotográficas pertencia ao universo da moda.
Para o material de propaganda dos candidatos às eleições, a ordem dos assessores agora é esta: pele sem manchas, brilho, marcas de expressão, rugas ou olheiras. Bochechas e pescoço afinados. Cabelo alinhado, sorriso digno de propaganda para pasta de dente e nenhum defeito aparente no formato do rosto.
Torna-se primordial ficar bem na foto, mesmo que venha a parecer outra pessoa.
Tragédia
Em 1918, o Brasil enfrentou a gripe espanhola. A pandemia pegou o país desprevenido, sem leitos hospitalares e sem medicamentos disponíveis. O antibiótico foi descoberto uma década depois. O surto matou 35 mil pessoas.
Qualidade duvidosa
Olhando a lista dos 33 partidos registrados na Justiça Eleitoral, vê-se que a maioria não passa de mera união de letras para atender apetites. Há mais 35 na fila de espera.
Pesos e medidas
Adágio medieval cada vez mais atual: o Estado é uma entidade que pune todas as injustiças, exceto as que ele mesmo comete.