Os ucranianos comemoraram o Natal ortodoxo nesse sábado (7) em meio à guerra no país, alguns em abrigos. A anunciada trégua russa de 36 horas terminou à meia-noite de sábado para domingo (horário local) sem que os combates cessassem durante o dia.
O cessar-fogo, anunciado unilateralmente pela Rússia, terminou às 21h (18h de Brasília) entre trocas de críticas dos ucranianos aos russos por não o terem respeitado e de Moscou a Kiev por não permitir a sua aplicação.
“O mundo pôde ver novamente como as declarações do alto comando em Moscou são enganosas”, acusou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em uma mensagem de vídeo publicada nas redes sociais.
A Rússia “falou em um suposto cessar-fogo, mas na realidade bombardeou Bakhmut (leste do país) e outras posições ucranianas”, acrescentou.
Após o anúncio do cessar-fogo do presidente Vladimir Putin, o primeiro desde o início da ofensiva russa em fevereiro, as autoridades ucranianas questionaram a sinceridade da trégua e a consideraram uma tática para ganhar tempo.
Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido também criticaram a iniciativa.
Jornalistas da AFP presentes em Chasiv Yar, no leste da Ucrânia, confirmaram bombardeios repetidos ao longo da manhã.
Em Bakhmut, o epicentro mais ao norte dos combates, a AFP ouviu disparos em ambos os lados da frente na sexta, horas após o estabelecimento do cessar-fogo unilateral decretado pela Rússia.
No entanto, os ataques foram menos intensos em comparação com os dias anteriores.
Segundo a promotoria ucraniana, duas pessoas morreram e 13 ficaram feridas em Bakhmut, uma cidade amplamente devastada pelos combates e onde ambos os lados estão sofrendo perdas importantes.
As forças armadas russas também bombardearam a região de Kherson (Sul), matando um socorrista e ferindo sete pessoas, informaram as autoridades ucranianas.