Hoje é o dia de passar uma procuração. O Brasil nunca teve uma campanha tão tumultuada. A oportunidade, porém, não pode ser perdida. Negar o direito de escolher é o mesmo que desprezar o uso de uma boia inflável em meio a um naufrágio.
Criações artificiais
Há muitos tipos de condicionadores. Os mais famosos são os de cabelos. Um para cada tipo. Como dizem modelos em anúncios de TV, tem textura translúcida ultrafina e revitaliza os fios. Outro condicionador famoso é o de ar, que contribui para o conforto das pessoas. Proporciona um ambiente cujas condições se mantêm constantes, dentro dos padrões de temperatura adequada. Existem ainda os condicionadores de metais. O produto forma uma barreira potente de proteção contra o desgaste de peças de motores, reduzindo o atrito.
Quem decide pelos eleitores
Agora, consagra-se no mercado o condicionador de votos. O agente fundamental se denomina pesquisa. Os eleitores não precisam pensar muito nem se submeter a dúvidas. Basta acompanhar os resultados das entrevistas para decidir. Mesmo que os levantamentos sejam feitos apenas entre 10 mil eleitores, no universo de 147 milhões e 300 mil. Não importa. Esse condicionador veio para ficar, porque tem o poder de antecipar o futuro e a maioria gosta de escolher os que as pesquisas garantem que vão ganhar.
Habeas corpus rápido
O Brasil tem hoje as eleições mais imprevisíveis de todos os tempos. Se as previsões dos institutos de pesquisa ficarem longe dos resultados finais, serão perdoados em três ou quatro dias. A memória é curta. Voltarão a condicionar em 2020.
Difícil combater a desinformação
O Conselho Consultivo sobre Internet, criado em dezembro do ano passado pelo Tribunal Superior Eleitoral, não apresentou resultados efetivos no combate à proliferação de notícias falsas. É um desafio e nem os norte-americanos conseguiram obter êxito.
Na torcida
Grupo de 20 simpatizantes saiu ontem de Porto Alegre com destino ao Rio de Janeiro. Participam hoje do evento “Todos com Bolsonaro na apuração”. Terá carro de som e telão na Barra da Tijuca, onde reside o candidato.
Mantiveram distância
Os eleitores ficaram sabendo muito pouco sobre o que os candidatos projetam na área do ensino. Sem o conhecimento, a nação não se consolida. Durante a campanha, preferiram picuinhas, esquecendo que a educação é o bem maior de uma sociedade. Quando os cidadãos são alfabetizados, garante-se um país desenvolvido e justo.
A cena se repete
Em maio de 1950, o Partido Social Democrático lançou Cristiano Machado à Presidência da República. Em junho, foi aclamado durante a convenção nacional do partido. A 3 de outubro, ocorreu a transferência dos votos de Cristiano para Getúlio Vargas, porque o líder trabalhista tinha mais densidade eleitoral. Caracterizou-se o esvaziamento que ficou conhecido no jargão político como cristianização.
O que é dito ao lado
Análise do jornal Clarin, de Buenos Aires: “Existem pontos em comum entre a Argentina e o Brasil: um cenário recessivo, uma economia muito abalada, dólar alto e polarização política. Mas o vizinho é a nona maior economia do mundo em termos de Produto Interno Bruto, o quinto país mais populoso do planeta e sua economia é cinco vezes maior do que a da Argentina. Por isso, tudo o que acontece lá tem impacto aqui.”
Em homenagem
Caso se confirme hoje a previsão de muitos votos em branco e nulos, além de abstenções, alguém pedirá um monumento em praça pública ao eleitor desconhecido.