Quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de janeiro de 2023
Olaf Scholz estará acompanhado de uma comitiva de cerca de uma dezena de empresários de diversos setores, além da vice-ministra da Economia, Franziska Brantner
Foto: Reprodução/TwitterO chanceler alemão Olaf Scholz estará no Brasil nesta segunda-feira (30). Na pauta, um encontro com o presidente Lula, o anúncio da liberação de 31 milhões de euros – cerca de 170 milhões de reais – para o Fundo Amazônia, o contexto da guerra entre Rússia e Ucrânia e negócios entre os dois países. O representante europeu estará acompanhado de uma comitiva de cerca de uma dezena de empresários de diversos setores, além da vice-ministra da Economia, Franziska Brantner.
No Brasil, última etapa da viagem que também passa por Argentina e Chile, Scholz terá a companhia da ministra do Desenvolvimento, Svenja Schulze, dado o novo ímpeto de projetos conjuntos desde a eleição de Lula, que prometeu uma reformulação na política climática brasileira.
União Europeia e Mercosul
No sábado (28), Olaf Scholz defendeu uma rápida conclusão das negociações sobre um acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul, durante sua parada em Buenos Aires. Em busca de reduzir a dependência econômica da Alemanha em relação à China, diversificar seu comércio e fortalecer as relações com as democracias em todo o mundo, Scholz está visitando Argentina, Chile e Brasil.
Berlim quer diminuir sua dependência sobre a China na obtenção de minerais essenciais para a transição energética, tornando a América Latina, rica em recursos, um parceiro importante. O potencial da região para produção de energia renovável é outro atrativo.
“Há um grande potencial para aprofundarmos ainda mais nossas relações comerciais, e as possibilidades que podem vir do acordo UE-Mercosul são claramente significativas”, disse Scholz em entrevista coletiva à imprensa ao lado do presidente argentino, Alberto Fernández.
Protecionismo europeu
Fernández culpa o protecionismo europeu por atrasar o acordo, firmado inicialmente em 2019, mas não ratificado pelos parlamentos nacionais. Embaixadores da UE têm dito que o Brasil precisa tomar medidas concretas para impedir a crescente destruição da floresta amazônica acelerada intensamente durante o governo de Jair Bolsonaro.
Berlim espera que essa preocupação possa ser deixada de lado com a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tem prometido recuperar a política ambiental do país.
A invasão da Rússia na Ucrânia, que desencadeou uma crise energética na Alemanha devido à forte dependência alemã do gás russo, aumentou a conscientização sobre a necessidade de reduzir a dependência econômica de Estados autoritários. Para a Alemanha reduzir a dependência de minerais da China, ela precisará abraçar setores que tem evitado, disse uma autoridade do governo alemão.
Mineração
“Por exemplo, a mineração de lítio — é uma tarefa desafiadora, especialmente em relação ao meio ambiente e aos padrões sociais”, disse a autoridade, que viaja com Scholz, a repórteres. Argentina e Chile estão no topo do “triângulo de lítio” da América do Sul, que possui o maior repositório do mundo desse metal usado em baterias de carros elétricos.
Cerca de uma dúzia de executivos de empresas — incluindo os líderes da Aurubis, maior produtora de cobre da Europa, e da empresa de energia Wintershall Dea — estão acompanhando o chanceler. Fernández disse que ele e Scholz discutiram a possibilidade de atrair investimentos alemães para a vasta reserva de gás de xisto, depósitos de lítio e produção de hidrogênio verde do país.