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A chanceler Angela Merkel está otimista para tirar a Alemanha do impasse político

A chanceler alemã jamais teve de negociar por tanto tempo sobre um tema, segundo a imprensa local. (Foto: Daniel Reinhardt/AFP)

Angela Merkel declarou, neste domingo (07), estar otimista sobre as chances de encontrar um acordo de princípio para formar um novo governo com os social-democratas e tirar a Alemanha do impasse político. “Estou entrando nas discussões que se iniciam com otimismo, apesar de estar ciente do enorme trabalho adiante”, declarou a chanceler em Berlim, na abertura de uma sessão de negociações que devem se estender por cinco dias entre sua família política conservadora e os social-democratas do SPD.

Angela, que venceu as eleições de setembro e aspira a um quarto mandato, fracassou em sua tentativa de formar uma coalizão com os liberais e os ecologistas em novembro. Agora espera poder repetir a grande coalizão que formou com os social-democratas nos últimos quatro anos, embora o partido de centro-esquerda se mostre reativo a regressar ao governo após obter resultados historicamente baixos nas eleições de setembro. A última votação também foi marcada por um importante avanço da extrema-direita e o encolhimento dos partidos tradicionais não permitiu a obtenção de uma maioria clara na Câmara dos Deputados.

“Governo estável”

“Acredito que podemos alcançar um acordo”, acrescentou a chefe de Estado da primeira economia europeia, enfatizando o objetivo de “criar as condições para formar um governo estável” no País. “Nós devemos encontrar um consenso”, declarou, por sua vez, ao chegar para a reunião o presidente conservador bávaro da CSU, Horst Seehofer.

As discussões se anunciam complicadas, uma vez que as questões em que há divergências são numerosas, particularmente nas áreas de política migratória, Europa e investimentos públicos. Além disso, o SPD está muito dividido sobre a oportunidade de continuar a governar com os democratas – cristãos. Após a derrota nas eleições legislativas, a base do partido é mais favorável a uma guinada para a oposição e pode eventualmente descarrilar um possível acordo entre as lideranças partidárias.

O líder do SPD Martin Schulz, ex-presidente do Parlamento Europeu, assegurou neste domingo que “não traçou linhas vermelhas para as negociações” que espera que sejam “construtivas”. “Mas queremos uma política tão vermelha quanto possível neste país”, em referência à cor do seu partido.

A sessão de negociações que se inicia neste domingo deve durar cinco dias. Se derem resultado, se abrirá uma nova fase de negociações formais nas quais se fixarão políticas comuns e se definirão os ministérios, um trabalho que poderá durar muito mais tempo. Os maiores obstáculos estão no SPD, cujos delegados se reunirão em 21 de janeiro no congresso para votar sobre o início ou não de negociações formais com os conservadores.

Em caso de fracasso, só restará a opção de um governo conservador minoritário, um cenário que não é bem visto por Angela Merkel, ou a realização de novas eleições.

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