Quarta-feira, 05 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de agosto de 2017
A ex-procuradora-geral da Venezuela, a chavista dissidente Luisa Ortega Díaz acusou o governo do presidente Nicolás Maduro de obrigar funcionários públicos a votar no chavismo na eleição da Assembleia Nacional Constituinte do mês passado. Em entrevista ao diário chileno El Mercúrio, ela acusou o governo bolivariano de adotar práticas de “Hitler e Stalin”.
“Funcionários públicos eram coagidos para votar”, disse a ex-chefe do MP (Ministério Público) venezuelano, que fugiu do país na semana passada após ter os bens congelados e o passaporte confiscado. “Isso é uma maneira de escravizar o povo.”
Ortega disse ainda que pretende montar um blog onde publicará opiniões e informações sobre questões penais relativas à Venezuela e à intervenção chavista no MP local.
A ex-procuradora disse também que sua destituição é um “capricho” do presidente Nicolás Maduro e um sinal de que o país caminha rumo à ditadura.
No fim da manhã, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, disse que Ortega está “sob proteção” no país e receberá asilo diplomático se o requerer.
Brasil
O chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, desqualificou nesta segunda-feira (21) a legitimidade democrática dos presidentes Michel Temer e seu homólogo paraguaio, Horacio Cartes, depois que ambos reafirmaram que não reconhecem a Assembleia Nacional Constituinte instaurada na Venezuela. A informação é da EFE.
Após uma reunião bilateral em Brasília, Temer e Cartes condenaram hoje “a ruptura da ordem democrática venezuelana” e a “violação sistemática dos direitos humanos e das liberdades fundamentais” por parte do governo chavista.
“Senhores Cartes e Temer: governos impopulares, produtos de golpes de Estado, rejeitados pelos seus povos, carecem de moral para falar de democracia”, escreveu no Twitter o ministro de Relações Exteriores do governo de Nicolás Maduro. Arreaza também chamou os presidentes de “dois dinossauros da política que se juntam e conspiram contra a democracia venezuelana”.
Na sua declaração conjunta, os presidentes de Brasil e Paraguai insistiram em seu apoio à decisão do Mercosul de suspender a Venezuela do bloco regional, e voltaram a indicar que não reconhecem nenhum dos atos que emanem da Constituinte do país.
A instalação, no início deste mês, da Assembleia Nacional Constituinte – integrada unicamente por oficialistas e concebida pelo presidente Maduro para reordenar o Estado com plenos poderes – provocou uma cachoeira de reações de condenação de países das Américas e da Europa, que consideram que este órgão afasta a Venezuela da democracia. (Efe)