Segunda-feira, 10 de março de 2025
Por Redação O Sul | 20 de setembro de 2015
Alvo de uma pressão quase diária para que deixe o governo, o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, tem resistido no cargo. Pesa a seu favor a postura da presidenta Dilma Rousseff, que não pretende dispensá-lo. Afinal, trata-se de seu auxiliar mais leal, com uma atuação marcada por grande dedicação ao trabalho e domínio de diversos temas.
A pressão contra Mercadante vem até do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu padrinho político. Desde a atuação sindical no ABC paulista, no final da década de 1970, até a eleição do líder petista para presidente, em 2002, ambos mantiveram uma relação próxima.
“Ambos ainda se dão bem, mas Lula acha que ele não serve para a articulação política, e já falou isso na cara dele”, relata uma fonte ligada ao PT. Para o ex-presidente, Mercadante é um dos responsáveis por “trapalhadas” como o lançamento de um candidato petista ao comando da Câmara dos Deputados, no começo do ano, quando a vitória de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) já era dada como certa. Isso acabou impulsionando as retaliações de Cunha ao governo.
Arrogância
A fama de arrogante também é apontada como principal empecilho à sua atuação como articulador político. Há quem lembre que, no tempo em que liderava o PT no Senado, Mercadante não cumprimentava os colegas no plenário. Diz-se, também, que ele faz questão de se colocar nas conversas de governo como uma espécie de primeiro-ministro, acima dos ocupantes das outras pastas. No PT paulista, essa postura chegou a lhe render o apelido de “professor de Deus”.
“Mercadante tem uma visão global do governo, é trabalhador, inteligente e tecnicamente muito bem preparado”, avalia uma fonte do Planalto. “Mas também pode ser uma pessoa difícil de lidar. Nesse aspecto, ele é parecido com a Dilma. Talvez seja por isso que ambos tenham se aproximado.” (AG)