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Política Chefe da Polícia Federal diz que a invasão a Brasília teria sido pior sem a moderação de conteúdo nas redes sociais

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Andrei Passos Rodrigues, diretor-geral da PF, afirma que falta de fiscalização nas plataformas pode "potencializar essas ações". (Foto: Divulgação)

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues, avaliou que a redução na moderação de conteúdo em plataformas, como a que foi anunciada pela Meta na última terça-feira (7), poderia agravar situações como as ocorridas em 8 de janeiro de 2023. “Me parece que seria a tendência, porque, o que se viu de fato, foi a orquestração feita toda pelas redes sociais com a desinformação”, afirmou o diretor-geral da PF em entrevista à Rádio CBN.

Andrei Rodrigues disse que a falta de fiscalização dessas plataformas pode “potencializar essas ações”, dado o histórico de como as milícias digitais foram utilizadas para coordenar ataques à democracia.

“Cada vez que esse grupo criminoso tinha algum interesse contrariado, a ordem era para que as milícias digitais saíssem em campo atacando os seus opositores, o sistema eleitoral, o Poder Judiciário”, afirmou o diretor-geral da PF. “A gente percebe claramente que esse afrouxamento poderia, de fato, potencializar essas ações, uma vez que não teríamos nenhum tipo de filtro para essas postagens, para essas colocações.”

Nessa quarta-feira (8), completaram-se dois anos dos ataques antidemocráticos em Brasília. Para marcar a data, um ato em defesa da democracia reuniu representantes dos Três Poderes, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Das 1.552 ações penais em curso no STF, 375 foram julgadas até o momento, resultando em 371 condenações e quatro absolvições. Em alguns casos, a Procuradoria-Geral da República (PGR) ofereceu aos réus a possibilidade de assinarem acordos de não persecução penal que convertem as penas em medidas alternativas, como um curso de reeducação sobre democracia, multas e serviços comunitários. Até o momento, foram assinados 527 acordos.

As investigações sobre a tentativa de golpe de Estado ainda não se encerraram, segundo Andrei Rodrigues. A Polícia Federal continua a apuração e trabalha em um relatório complementar para reforçar pontos ainda em análise. “Foram mais de 2 mil laudos periciais e mais de 3,6 mil procedimentos de investigação ao longo da apuração”, disse o diretor-geral da corporação.

Mudanças

A Meta anunciou mudanças profundas em suas práticas de moderação de conteúdo. Na prática, elas acabam com o programa de checagem de fatos da gigante, uma política instituída para reduzir a disseminação de desinformação na rede social.

Agora, em vez de contar com organizações independentes de checagem de informações, a Meta, que é proprietária do Facebook, Instagram, WhatsApp e Threads, dependerá dos próprios usuários para acrescentar correções às publicações que possam conter informações falsas ou enganosas.

Mark Zuckerberg, executivo-chefe da Meta, disse em uma declaração em vídeo que o novo protocolo, que começará nos Estados Unidos, é semelhante ao usado pelo X, chamado de Notas da Comunidade. “É hora de voltarmos às nossas raízes em relação à liberdade de expressão”, disse Zuckerberg. Sobre o atual sistema de checagem da empresa, ele acrescentou que “chegou a um ponto em que há muitos erros e muita censura”. (Estadão Conteúdo)

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