O número de pessoas infectadas pelo coronavírus no navio de cruzeiro “Diamond Princess”, submetido a um período de isolamento no Japão, subiu nesse fim de semana para pelo menos 64, informou o Ministério da Saúde do país nipônico. A quarentena pode se estender até o dia 19.
Até a sexta-feira, havia 61 casos entre os ocupantes da embarcação, incluindo um argentino – primeiro latino-americano a ser diagnosticado com o vírus 2019-nCoV. Os três novos casos foram diagnosticados ao longo do sábado e fizeram com que os pacientes fossem levados a um hospital para tratamento.
Ao todo, 3,7 mil passageiros e tripulantes estão a bordo do navio. Alguns dos viajantes passam a maior parte do dia confinados em um camarote sem janela e só eventualmente têm permissão para deixar as suas cabines. Até agora, 280 pessoas foram submetidas a exames.
Inicialmente, foram testados pessoas com sintomas ou que estiveram em contato com um passageiro que havia desembarcado em Hong Kong e que foi diagnosticado com o vírus – o homem de 80 anos viajou de avião para a cidade japonesa de Yokohama no dia 20 de janeiro, embarcou no cruzeiro e desembarcou em 25 de janeiro, ainda em Yokohama.
Depois, os testes foram estendidos às pessoas mais vulneráveis a bordo, como os idosos e aqueles que estiveram em contato com os novos casos de infectados.
No final da semana passada, a OMS (Organização Mundial da Saúde) pediu ao Japão que tome todas as medidas necessárias para os passageiros do “Diamond Princess” confinados a bordo, incluindo apoio psicológico. “Pode-se fazer muitas coisas para ajudar estes pacientes. Não apenas do ponto de vista de sua saúde física, mas também por sua saúde mental”, declarou um alto executivo da entidade.
O primeiro caso em território japonês foi confirmado em 28 de janeiro. De acordo com o Ministério da Saúde do Japão, o paciente era um motorista de ônibus de 60 anos que transportou um grupo de viajantes de Wuhan entre 8 e 16 de janeiro.
Recomendação
A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, recomendou aos seus residentes que evitem qualquer viagem não obrigatória à China e anunciou novas medidas, incluindo restrições de entrada de pessoas no país para limitar a propagação do vírus, de acordo com a agência internacional de notícias France Presse.
Tokio será a sede dos Jogos Olímpicos de 2020, a partir do dia 24 de julho. “Vamos adotar medidas ainda mais rígidas para lutar contra as doenças infecciosas”, declarou Koike durante a inauguração da Ariake Arena, edifício que receberá competições de vôlei e basquete paralímpico.
“Conversamos durante o fim de semana com altos funcionários para assegurar a proteção das pessoas em Tóquio, especificamente com medidas de prevenção da propagação do vírus e o reforço dos sistemas de teste”, completou Koike. A governadora também pediu aos moradores da capital japonesa que lavem as mãos regularmente e utilizem máscaras de proteção.