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Mundo China apresenta plano para a paz, e Otan o descarta imediatamente

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Ucrânia e Rússia se mostraram receptivas à iniciativa de se debater uma proposta, apesar de terem entendimentos diferentes sobre o documento chinês

Foto: Divulgação
As forças armadas da Ucrânia disseram que abateram todos os equipamentos. (Foto: Divulgação)

No dia do aniversário de um ano da guerra na Ucrânia, a China publicou um documento que pede um cessar-fogo, declara a defesa da integridade territorial — sem esclarecer como — e oferece benefícios à Rússia, sua aliada. O documento, que surge nessa sexta-feira (24) depois de Pequim indicar disposição em desempenhar um papel mais enérgico na busca pela paz na Ucrânia, foi prontamente rejeitado pela Otan (aliança militar do Ocidente).

Horas depois, porém, a Ucrânia e a Rússia se mostraram receptivas à iniciativa de se debater uma proposta, embora com uma intepretação russa enviesada, como se Pequim legitimasse sua agressão.

Se realizados, alguns dos 12 pontos descritos pela China no documento ofereceriam benefícios ao presidente russo, Vladimir Putin. Eles incluem um cessar-fogo, que congelaria as tropas russas em suas atuais posições no território ucraniano, bem como um apelo para encerrar imediatamente todas as sanções não endossadas pelo Conselho de Segurança da ONU, onde a Rússia tem poder de veto.

O primeiro dos 12 pontos apresentados no documento, intitulado “Posição da China sobre a solução política da crise na Ucrânia”, afirma que “a soberania, a independência e a integridade territorial de todos os países devem ser efetivamente mantidas”.

A princípio, a defesa da integridade territorial significa uma discordância da anexação militar forçada por Moscou. O texto, no entanto, não diz como isso poderia ser alcançado. A Rússia atualmente ocupa cerca de 20% do território ucraniano.

Reações

Em um comunicado de seu Ministério das Relações Exteriores, Moscou declarou que “aprecia muito o desejo sincero dos amigos chineses de contribuir para a solução do conflito na Ucrânia por meios pacíficos”. Ao mesmo tempo, informou que a declaração implica no “reconhecimento de novas realidades territoriais”, o que significa a violação da soberania ucraniana.

“Compartilhamos as opiniões de Pequim. Estamos comprometidos com os princípios de observar a Carta da ONU, as normas do direito internacional, incluindo o direito humanitário, a indivisibilidade da segurança, segundo a qual a segurança de um país não deve ser fortalecida às custas da segurança de outro, que também é aplicável à segurança de certos grupos de países. Como nossos colegas chineses”, disse a Chancelaria russa em um comunicado.

“Isso implica a cessação do fornecimento de armas e mercenários ocidentais à Ucrânia, o fim das hostilidades, o retorno da Ucrânia a um status neutro de não aliança, o reconhecimento de novas realidades territoriais que se desenvolveram como resultado da realização do direito de povos à autodeterminação, desmilitarização e desnazificação da Ucrânia, bem como a eliminação de todas as ameaças que emanam de seu território”, afirma o texto russo, que legitima a agressão do país.

O entendimento russo contrasta fortemente com o de Kiev. Antes do comunicado ser divulgado, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se mostrou receptivo ao plano de Pequim, também indicando a intenção de se aproximar da América Latina, por intermédio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Índia e África.

A declaração da China “respeita nossa integridade territorial”, disse Zelensky numa entrevista coletiva em Kiev, acrescentando que há alguns pontos na declaração de Pequim que são “compreensíveis” para ele e outros dos quais ele discorda. “A China começou a falar sobre a Ucrânia, e isso não é ruim. A declaração chinesa respeita nossa integridade territorial.”

O presidente ucraniano também que pretende se reunir com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, em um ato que diz ser “importante para a segurança mundial”. “A China respeita a integridade territorial e deve fazer todo o possível para que a Rússia abandone o território ucraniano”, disse Zelensky em Kiev.

Os entendimentos radicalmente diferentes deixam claro a dificuldade de negociações diplomáticas.

Proposta chinesa

O documento chinês pede o fim dos combates e a retomada das negociações de paz. “A segurança dos civis deve ser protegida de forma eficaz e devem ser criados corredores humanitários para a retirada de civis das zonas de conflito”, afirma.

O texto também fala no “abandono da mentalidade da Guerra Fria”, na redução dos riscos estratégicos e no respeito à soberania de todos os países, com uma sugestão de que a Ucrânia não poderia fazer parte da Otan, mesma reivindicação da Rússia antes da guerra.

Separadamente, fala-se sobre a superação da crise humanitária, a implementação do acordo de grãos, a restauração da Ucrânia e a garantia da segurança das usinas nucleares. A própria China expressou sua vontade de trabalhar com a comunidade internacional e desempenhar um papel construtivo na resolução do conflito.

Questionado sobre a proposta, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, disse que a China não tem muita credibilidade porque o país não condenou a invasão.

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