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Mundo China desacelera e cresce menos do que o previsto; setor imobiliário e energia puxam freio do PIB

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Pesquisa da FIERGS mostra que IDI-RS está mais de 13% acima do nível anterior ao da pandemia (Foto: Agência Brasil)

O economia da China, segunda maior do mundo, desacelerou no terceiro trimestre, reflexo da crise energética por que passa o país, que tem levado a várias regiões a adotar medidas de racionamento, paralisando fábricas. O PIB cresceu 4,9% na comparação com igual período de 2020, abaixo do previsto pelo mercado, derrubando as bolsas globais.

Foi o ritmo de crescimento mais fraco desde o terceiro trimestre de 2020, quando o país, tentava se recuperar da pandemia de covid-19. E indica desaceleração ante os meses de abril a junho, quando o país registrou expansão de 7,9%.

Analistas ouvidos pela Reuters esperavam avanço de 5,2% no trimestre. O crescimento menor afeta a economia mundial, já que China e EUA, vinham puxando a recuperação internacional. E afeta particularmente o Brasil, que tem na nação asiática seu principal parceiro comercial.

Na comparação com o segundo trimestre, o PIB chinês cresceu 0,2%.

O resultado foi afetado principalmente pelo mau desempenho da indústria, que avançou apenas 3,1% em setembro, ante igual mês do ano anterior. Foi a expansão mais lenta desde março de 2020, durante a primeira onda da pandemia.

Naquele mês, fábricas chinesas fecharam as portas para evitar o contágio da doença. Agora, muitas têm reduzido ou paralisado produção devido aos cortes de energia, em meio à escassez e aos altos preços de carvão — uma das principais fontes de eletricidade na China.

Pressão

O governo chinês também tem determinado a redução da produção de energia à base de carvão por questões ambientais, agravando a situação.

“A recuperação econômica doméstica ainda é instável e desigual”, disse o porta-voz do Escritório Nacional de Estatísticas (NBS), Fu Linghu.

O setor de construção civil, que há anos impulsiona a economia chinesa, também está em crise. Em setembro, as novas construções despencaram 13,5% na comparação com igual mês de 2020. Foi a sexta queda consecutiva

O caso da gigante imobiliária Evergrande, que deu calote em investidores, é o mais preocupante, mas não é o único. Há outras empresas do setor que não conseguem entregar seus projetos, em meio ao aperto nas regras para crédito.

Mesmo que o Banco Central da China tenha afirmado neste domingo que qualquer impacto da situação da Evergrande será controlável, há temores de que uma bolha imobiliária afete ainda mais o desempenho da economia do país, aumentando pressões para que Pequim socorra algumas empresas do setor.

Corte de projeção do PIB

Após o resultado do PIB, analistas já começam a rever as projeções de crescimento do país para o ano. No banco ANZ, a previsão foi revista de expansão de 8,3% para 8% em 2021.

É a mesma previsão com que trabalha o BC chinês. No domingo, a instituição disse que a economia deve crescer 8% neste ano, acima da meta oficial de 6%. Analistas ouvidos pela Reuters avaliam que dificilmente o BC adotará medidas de estímulo econômico.

“O panorama permanece vulnerável, com cortes de energia e problemas no setor imobiliário”, disse Raymond Yeung, economista chefe para China na ANZ.

O resultado só não foi pior porque as exportações da China continuaram crescendo e as vendas no varejo subiram acima do esperado. As vendas externas tiveram alta de 28,1% em setembro ante um ano antes. A China registrou o terceiro maior superávit comercial mensal da história no mês passado.

E as vendas no comércio cresceram 4,4%. Além disso, com a pandemia controlada, o setor de serviços também avançou, com as famílias, especialmente as mais prósperas, voltando a frequentar restaurantes e contratar outros serviços.

A taxa de desemprego caiu de 5,1% para 4,9%.

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