Quarta-feira, 16 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 11 de abril de 2025
A China elevará as tarifas sobre todos os produtos dos Estados Unidos de 84% para 125% a partir deste sábado (12) e afirmou que pretende ignorar quaisquer aumentos adicionais anunciados por Washington daqui em diante, pois as medidas do governo Trump se tornaram uma “piada”.
O anúncio feito pelo Ministério das Finanças nesta sexta-feira (11) veio após a Casa Branca esclarecer que as tarifas sobre produtos chineses subiram para 145% neste ano. A China declarou que não faz mais sentido econômico impor novas tarifas, caso os EUA continuem com os aumentos.
“A imposição sucessiva de tarifas excessivamente altas à China pelos EUA tornou-se nada mais do que um jogo de números, sem real significado econômico. Isso apenas expõe ainda mais a prática americana de usar tarifas como arma para intimidação e coerção, transformando-se em uma piada”, disse o porta-voz do Ministério do Comércio.
A nova taxa anunciada pela China sobre bens americanos iguala a chamada tarifa “recíproca” que os EUA aplicam às importações chinesas. O total cobrado pelos EUA é a soma de 20% aplicados a produtos chineses no início do ano mais 125% anunciados nesta semana.
Apesar da represália, Pequim reiterou que não irá aumentar mais a carga tributária sobre os itens comprados da maior economia do mundo.
Conclamação à UE
O presidente da China, Xi Jinping, declarou nesta sexta-feira que o país “não teme” os desdobramentos da guerra comercial com os Estados Unidos – essa foi sua primeira manifestação pública sobre o tema.
“Não há vencedores em uma guerra tarifária, e confrontar o mundo só levará ao autoisolamento”, disse ele sem mencionar explicitamente Trump ou os Estados Unidos, após encontra-se com o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez.
Ele continuou: “Por mais de 70 anos, a China sempre contou com a autossuficiência e o trabalho árduo para se desenvolver. Nunca dependeu das dádivas de ninguém e não teme qualquer repressão injustificada”, afirmou o líder chinês, que conclamou a União Europeia a se aliar à China e resistir “a assédio unilateral” de Trump.
Após anunciar uma ampla gama de tarifas “recíprocas” em 2 de abril, o presidente Trump suspendeu no início desta semana a maioria dessas taxas por um período de 90 dias, mantendo apenas uma tarifa base de 10% sobre os países afetados. A China, no entanto, não foi beneficiada.
Pelo contrário, a tarifa total cobrada dos EUA sobre importações chinesas soma 145%. Essa escalada tarifária tem preocupado analistas, que veem mais chances de uma recessão global.
“O risco de recessão está muito, muito mais alto agora do que estava há algumas semanas”, disse Adam Hetts, chefe global de multiativos da Janus Henderson. As informações são do jornal O Globo.