Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 21 de fevereiro de 2024
A China emitiu nessa quarta-feira (21) um alerta meteorológico, devido a uma onda de frio intenso que afeta a metade sul do país, onde as temperaturas costumam ser amenas no inverno. Enquanto o norte do país está coberto de neve, inclusive a capital Pequim, e enfrentando temperaturas abaixo dos -50ºC, a queda brusca no sul assustou as autoridades chinesas.
Um alerta laranja – o mais alto – foi renovado no país, diante das temperaturas que podem cair de 6 a 12 graus até esta sexta (23) nas áreas do sul, onde geralmente se espera amenidade no inverno. Em alguns lugares nas províncias de Guizhou, Hunan, Jiangxi e na região de Guangxi, onde os termômetros já marcam abaixo de zero, as medições podem cair mais de 20 graus, disse o Centro Meteorológico Nacional.
Os especialistas pediram “às autoridades locais que implementassem medidas de precaução contra o frio, que aconselhassem o público a manter-se aquecido”, segundo a agência de notícias Xinhua.
Em Pequim, onde as temperaturas oscilavam em torno de zero na quarta-feira, os moradores acordaram com uma cidade coberta de branco após fortes nevascas durante a noite. O tráfego diminuiu nas vias expressas da cidade, enquanto as calçadas permaneciam escorregadias para os pedestres.
As autoridades municipais emitiram avisos para alertar os residentes sobre estradas geladas em algumas áreas.
A China está enfrentando uma onda avassaladora de frio extremo.
No último domingo, no município de Tuerhong, no condado de Fuyun, ao extremo norte do país, a temperatura atingiu o nível mais baixo já registrado desde que as medições começaram: -52,3ºC. O recorde anterior era de -51,5°C, em 21 de janeiro de 1960.
Outros países
Ondas de frio também vêm atingindo vários países do hemisfério norte neste inverno. Em meados de janeiro, a imprensa dos Estados Unidos registrou dezenas de mortes relacionadas a uma forte onda de frio. Segundo a emissora CBS, pelo menos 95 pessoas morreram.
Nos primeiros dias de janeiro, a província canadense de Colúmbia Britânica, registrou 36 mortes ao ar livre durante os primeiros dias de janeiro. Embora as causas não tenham sido determinadas, essa região passava por uma onda de frio recorde.
Uma parte das mortes na América do Norte foi devido a acidentes de trânsito. Nas regiões afetadas pelo frio na China, essa também é uma das preocupações. Para evitar acidentes, as autoridades locais mobilizam veículos de remoção de neve e pulverizaram agentes de descongelamento e aumentam os controles de trânsito.
Entretanto, além das medidas emergenciais, políticas estruturais na China podem explicar porque os moradores das regiões com temperaturas mais baixas podem lidar melhor com eventos extremos durante o inverno. Nas províncias com inverno mais intenso existem subsídios para aquecimento, geralmente destinados às famílias rurais e urbanas de baixa renda, e a funcionários e aposentados de instituições governamentais.
Em 2023, os governos locais destinaram 1,91 bilhão de yuans (R$ 1,33 bilhão) em subsídios para aquecimento. Cerca de 4,85 milhões de famílias tiveram acesso ao auxílio, de acordo com o Ministério dos Assuntos Civis. Junto a essa política, também vem sendo implementada a renovação e reparação de edifícios para poupar energia.