O governo da China anunciou na madrugada desse domingo (5) um plano de retomada na economia, depois de uma desaceleração durante os anos de pandemia. O crescimento no ano passado foi de 3%, um dos ritmos mais fracos desde a década de 1970.
O primeiro-ministro Li Keqiang, principal autoridade econômica, estabeleceu a meta de crescimento deste ano em “cerca de 5%”, após o fim das políticas de “Covid zero” que mantiveram milhões de pessoas em casa e desencadearam protestos.
“Devemos dar prioridade à recuperação e expansão do consumo”, disse Li em um discurso sobre os planos do governo perante o Congresso Nacional do Povo cerimonial no Grande Salão do Povo no centro de Pequim.
A reunião completa dos 2.977 membros do NPC é o evento de maior destaque do ano, mas seu trabalho se limita a endossar decisões tomadas pelo Partido Comunista no poder e mostrar iniciativas oficiais.
Este mês, o NPC deve endossar a nomeação de um governo de partidários de Xi Jinping, incluindo um novo primeiro-ministro, depois que o presidente de 69 anos expandiu seu status como a figura mais poderosa da China em décadas, que concedeu a si mesmo um terceiro mandato de cinco anos.
O relatório de Li pediu o aumento dos gastos do consumidor, aumentando a renda familiar, mas não deu detalhes em seu discurso.
O primeiro-ministro pediu para “aumentar a força e a autoconfiança de nosso país em ciência e tecnologia”, uma área na qual os esforços para criar concorrentes em carros elétricos, energia limpa, telecomunicações e outros campos prejudicaram as relações com Washington e outros.
Gastos militares
A China anunciou nesse domingo um aumento de 7,2% no seu orçamento de defesa deste ano e também apresentou uma meta de crescimento de 5% para 2023.
Os anúncios dos planos do governo foram feitos pelo primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, na abertura da sessão anual da Assembleia Popular Nacional (APN), o órgão máximo legislativo do país.
Em 2023, Pequim destinará cerca de US$ 224 bilhões para a defesa – o segundo maior orçamento militar do mundo. Ao anunciar o aumento, Li disse que “as tentativas externas de reprimir e conter a China estão aumentando”.
“As Forças Armadas devem intensificar o treinamento militar e a preparação geral”, acrescentou.
Os gastos da China com defesa ainda são pequenos se comparados aos dos Estados Unidos, que destinam mais de 800 bilhões de dólares por ano para gastos militares. Especialistas, no entanto, acreditam que Pequim investe muito mais neste setor do que os números divulgados.
O aumento nos gastos deste ano marca o oitavo crescimento consecutivo no orçamento chinês da defesa. Como nos anúncios anteriores, não foram divulgados detalhes sobre como esse montante será aplicado.
Essa evolução constante no orçamento militar permitiu que o Exército de Libertação Popular (ELP), que tem 2 milhões de efetivos, aumentasse as suas capacidades em todas as categorias. Além de ter o maior exército permanente do mundo, a China tem a maior marinha do mundo e recentemente lançou o seu terceiro porta-aviões.
O país asiático possui ainda uma enorme reserva de mísseis, caças, navios de guerra capazes de lançar armas nucleares, navios de superfície avançados e submarinos movidos a energia nuclear.