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China ordena que bancos turbinem empréstimos e uso de cartões de crédito para consumidor gastar mais

Ordem faz parte da mais recente iniciativa do Partido Comunista para criar mais confiança entre os consumidores. (Foto: Reprodução)

A China ordenou que os bancos e outras instituições financeiras incentivem mais o financiamento ao consumidor e o uso de cartões de crédito como parte de uma campanha para fazer com que as pessoas gastem mais.

A ordem emitida nesta sexta-feira (14) pelo órgão regulador financeiro do país faz parte da mais recente iniciativa do Partido Comunista, que está no poder, para criar mais confiança entre os consumidores que estão optando por economizar em vez de gastar, preocupados com empregos e com as perspectivas da economia.

O órgão disse que os bancos deveriam emprestar mais e também encontrar maneiras de ajudar os tomadores de empréstimos que enfrentam dificuldades. Os preços das ações na China subiram após o aviso da Comissão Nacional de Regulamentação Financeira.

As autoridades devem realizar uma reunião na segunda-feira sobre os esforços para aumentar os gastos e investimentos, fatores considerados cruciais para manter a economia nos trilhos após os reveses da pandemia da covid-19, quando milhões de pessoas perderam empregos e muitas empresas fecharam as portas.

A economia chinesa, a segunda maior do mundo, tem crescido recentemente a um ritmo de cerca de 5%, segundo as estatísticas oficiais. No entanto, as preocupações com o emprego e o ônus da assistência médica e da educação fizeram com que muitos chineses não estivessem dispostos a gastar muito, prejudicando um dos principais impulsionadores da atividade comercial.

Uma desaceleração prolongada no mercado imobiliário, desencadeada pelos esforços do governo para controlar os empréstimos excessivos das incorporadoras imobiliárias, também pesou sobre o sentimento do consumidor, deixando muitas famílias em situação pior do que no passado.

Em 2024, um aumento nas exportações ajudou a compensar a fraqueza persistente na demanda doméstica, que é alimentada por gastos e investimentos. Mas as ordens do presidente dos EUA, Donald Trump, de aumentar drasticamente as tarifas sobre as importações de produtos chineses podem prejudicar as exportações nos próximos meses, aumentando os riscos para muitos tipos de empresas.

Além de expandir o uso do crédito ao consumidor, o governo está gastando dezenas de bilhões de dólares em programas de troca de carros e eletrodomésticos para incentivar o uso de produtos com maior eficiência energética, mas também para absorver o excesso de estoques devido à fraca demanda.

O nível de financiamento ao consumidor e de outros empréstimos pessoais na China tende a ser muito mais baixo do que nos EUA e em muitos outros países, embora tenha aumentado nos últimos anos. Cerca de nove em cada dez famílias chinesas são proprietárias de suas casas, enquanto menos da metade dos proprietários de imóveis têm hipotecas.

O uso de dinheiro e aplicativos on-line e outras formas de pagamentos digitais são mais comuns do que o uso de cartões de crédito.

(Estadão Conteúdo)

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