Autoridades da China relataram nesta quinta-feira (2) a expectativa de estreitar a relação bilateral com os Estados Unidos durante a viagem do presidente americano Donald Trump, agendada para a próxima semana.
O Ministério do Exterior chinês anunciou formalmente a visita de Trump e publicou alguns detalhes da agenda do americano, que estará em viagem oficial em países da Ásia entre os dias 4 e 14 de novembro.
Segundo o anúncio de Pequim, a agenda inclui reuniões com empresários dos dois países e uma coletiva de imprensa em conjunto. Um dos assuntos também deve ser a a relação entre as duas maiores potências globais, informou o porta-voz do Ministério do Exterior, Lu Kang em um comunicado. “A China está disposta a trabalhar juntamente aos EUA para que os dois países alcancem importantes resultados”, reforçou Kang.
Poréns
Os dois países discordam entre si em vários aspectos, como em relação ao escudo anti-míssil THAAD que os EUA instalaram na Coreia do Sul. Eles também mantém discursos de tons diferentes em relação aos projetos nucleares da Coreia do Norte. Pode-se observar, no entanto, que à medida em que aumenta a tensão na região, a China, aos poucos, se alinha ao posicionamento sul-coreano e norte-americano.
Com base nas informações divulgadas pela China. Trump concluirá a primeira visita oficial a China na próxima sexta-feira (10), quando irá ao Vietnã para participar da reunião entre os líderes da APEC (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico).
Acordo climático
A China fez um apelo na última terça-feira (31) para que os Estados Unidos voltem a integrar o Acordo Climático de Paris e contribuam com a agenda global sobre a luta contra a mudança climática. “Esperamos que os EUA retornem à grande família do acordo de Paris (…) e deem contribuições positivas à nossa Terra”, declarou o representante especial da China para mudança climática, Xie Zhenhua.
Zhenhua se pronunciou sobre a próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 23, que será realizada em Bonn, na Alemanha, entre os dias 6 e 17 de novembro, a fim de avançar na implementação do Acordo de Paris e mostrar unidade após a saída dos EUA.
No último mês de junho, o presidente americano cumpriu uma das suas polêmicas promessas de campanha e anunciou a retirada do país de tal acordo, embora tenha deixado a porta aberta à sua reintegração no futuro ou a negociar outro acordo “mais justo” para os EUA.
“Aconteça o que acontecer, a China implementará o Acordo de Paris e cumprirá 100% dos seus compromissos”, afirmou Xie, que mostrou disposição da China, o maior emissor de gases do efeito estufa do planeta, de seguir cooperando com os EUA apesar da sua saída.
A China espera, por exemplo, poder colaborar com os Estados Unidos em questões relacionadas com a mudança climática como energias renováveis, conservação dos recursos naturais e pesquisa.