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China vai cortar taxas de hipotecas para fortalecer o mercado imobiliário

Os problemas no segmento se sucedem desde então e geram um grande receio no mercado sobre a saúde da segunda maior economia do mundo. (Foto: Reprodução)

Proprietários de imóveis poderão renegociar os termos com seus credores atuais a partir de 1º de novembro, disse o Banco Popular da China, em comunicado no dia 29 de setembro. A China tomou medidas para reduzir os custos de empréstimos em até 5,3 trilhões de dólares em hipotecas para milhões de famílias, em sua mais recente tentativa de fortalecer o problemático setor imobiliário.

Proprietários de imóveis poderão renegociar os termos com seus credores atuais a partir de 1º de novembro, disse o Banco do Povo da China, em comunicado. Aqueles que escolheram taxas de hipoteca fixas também podem renegociar novos empréstimos com base na última taxa preferencial de empréstimo, uma taxa de referência para empréstimos hipotecários, de acordo com o comunicado.

O plano, sinalizado como parte de um amplo pacote de estímulo, ressalta a determinação de Pequim em acabar com a prolongada crise imobiliária que tem prejudicado o crescimento da segunda maior economia do mundo.

As medidas cortarão as taxas pendentes para tomadores individuais em uma média de 50 pontos-base e reduzirão suas despesas anuais com juros em cerca de 150 bilhões de yuans (21 bilhões de dólares), disse o governador do PBoC, Pan Gongsheng, no início de setembro. Os bancos geralmente reprecificam os empréstimos existentes no início do ano com base na taxa básica de juros de cinco anos, que foi reduzida em 35 pontos-base.

O esforço de refinanciamento de hipotecas do ano passado reduziu as taxas pendentes em uma média de 73 pontos-base e diminuiu as despesas anuais com juros dos tomadores em cerca de 170 bilhões de yuans, disse o PBoC em um relatório de julho.

Estímulo do governo

Esse não é o primeiro e, provavelmente, não vai ser o último estímulo do governo chinês para tentar salvar o mercado imobiliário. No entanto, as medidas ainda não conseguiram impulsionar as vendas ou aumentar a liquidez, considerando que muitos consumidores estão evitando este mercado, que continua sendo um grande obstáculo ao crescimento econômico mais amplo do país.

Guangzhou eliminou todas as barreiras para compra de imóveis, enquanto as cidades de Xangai e Shenzhen vão afrouxar as restrições para não-habitantes, além de diminuírem o valor da entrada para menos de 15% para as pessoas que estão comprando a primeira casa.

O PBoC também irá estender até o final de 2026 os estímulos para construtoras, principalmente no quesito de empréstimos, para suprir demandas de financiamento. O presidente do Banco Popular da China, Pan Gongsheng, anunciou um pacote de medidas econômicas considerado o mais agressivo desde a pandemia de Covid-19.

As iniciativas incluem a redução do compulsório bancário e o corte de taxas de juros, inclusive para financiamentos imobiliários e para a compra de um segundo imóvel. Além disso, o Ministério das Finanças da China planeja emitir 2 trilhões de yuans (R$ 1,5 trilhão no câmbio atual) em títulos de dívida como parte das iniciativas de estímulo fiscal.

Os valores serão usados para estimular o consumo, dar um auxílio financeiro para famílias que tiverem duas ou mais crianças, além de ajudar os governos locais a resolver seus problemas de dívida. As rachaduras no mercado imobiliário chinês já se estendem há pelo menos três anos, quando houve o calote da Evergrande, uma das maiores players do setor de imóveis.

Os problemas no segmento se sucedem desde então e geram um grande receio no mercado sobre a saúde da segunda maior economia do mundo. As informações são do jornal Valor Econômico

 

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