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Brasil “Chip da beleza”: entidades médicas pedem à Anvisa medidas contra implantes hormonais no Brasil

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Carta enviada à Anvisa é assinada por sete sociedades médicas que expressam preocupação com a crescente utilização indevida de implantes hormonais no Brasil

Foto: Reprodução
Recentemente, uma jovem de cerca de 20 anos foi internada em estado grave devido ao uso do produto. (Foto: Reprodução)

Em uma carta dirigida à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), sete sociedades médicas expressaram preocupação com a crescente utilização indevida de implantes hormonais no Brasil.

Segundo as entidades, a aplicação desses implantes, frequentemente contendo esteroides anabolizantes e apelidados de “chips da beleza”, é promovida como parte de estratégias que exaltam um ideal de corpo perfeito e estilo de vida saudável, mas não possuem respaldo ético e científico.

“A ‘chipagem hormonal’, apresentada por supostos especialistas e comercializada como ‘medicina moderna’, revela-se, na verdade, uma prática antiquada e obsoleta, uma vez que utiliza medicamentos descontinuados pela Medicina Baseada em Evidências”, alertam as entidades na nota.

O texto é assinado pela ABESO (Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica), SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia), SBMEE (Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte), SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes), SBU (Sociedade Brasileira de Urologia) e SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia).

Recentemente, a ocitocina passou a ser usada nos “chips da beleza” com a promessa de ajudar no emagrecimento. O uso do hormônio nesses implantes é a nova tendência on-line com o movimento “ocitocine-se”.

Segundo especialistas e as entidades médicas, porém, isso representa um risco à saúde e não tem qualquer comprovação científica de que traga os resultados prometidos.

“Não existe dose, tampouco acompanhamento médico que garanta segurança para o uso de hormônios para fins estéticos ou de performance. Os efeitos colaterais podem ser imprevisíveis e graves, com os riscos ultrapassando qualquer possível benefício”, alertam as entidades na carta.

“Casos de infarto agudo do miocárdio, de tromboembolismo e de acidente vascular cerebral vêm se tornando frequentes. Complicações cutâneas, hepáticas, renais, musculares e infecções estão associadas ao uso dos implantes. Manifestações psicológicas e psiquiátricas, como ansiedade, agressividade, dependência, abstinência e depressão são cada vez mais comuns”, diz o texto.

Na carta, as sociedades médicas pedem ainda providências à Anvisa com relação à prescrição, comercialização e uso desses implantes hormonais. Além disso, instam a agência a aprimorar o controle do uso de esteroides anabolizantes, seja por meio de notificação de receita A (usada para a prescrição de substâncias entorpecentes e psicotrópicas) ou através de sistema eletrônico de prescrição.

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