Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de maio de 2024
A chuva deu uma trégua em Porto Alegre nessa segunda-feira (6), mas o nível do Guaíba continuava alto. No fim da tarde, a cota estava em 5,28m, sendo que a cota de alerta é de 2,5m e a cota de inundação é de 3m. No dia anterior, foi registrado um recorde de 5,33m no nível das águas.
A prefeitura publicou em edição extra do Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa) um decreto que determina o racionamento de água na cidade e restringe o uso do recurso enquanto a enchente impedir a regularização do serviço. A água distribuída pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) deve ser, exclusivamente, para consumo essencial.
“Estamos vivendo um desastre natural sem precedentes em Porto Alegre e no Rio Grande, e todos precisam contribuir. O desabastecimento é real e vai levar tempo até ser retomado com regularidade. Estamos buscando alternativas em diferentes frentes, mas a consciência de cada cidadão é decisiva para não piorar o cenário”, afirmou o prefeito Sebastião Melo.
Melo concedeu entrevista coletiva, na tarde dessa segunda-feira, e atualizou a situação da cidade quanto ao abastecimento de água, resgates e pessoas em abrigos. Sobre os alagamentos na Cidade Baixa e Menino Deus, ele afirmou que a Estação de Bombeamento de Água Pluvial (Ebap) 16, na altura da Rótula das Cuias, foi desligada devido ao risco de choques elétricos. A medida foi uma decisão emergencial da CEE Equatorial.
A previsão da área técnica do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) é que o alagamento se estendesse parcialmente e que chegasse à altura da rua Lima e Silva. A recomendação é que os comércios e pessoas que moram em andares mais baixos se protejam. Na cota mais alta da Cidade Baixa poderia chegar a 1,5 metro em determinados locais, segundo o diretor de Planejamento e Desenvolvimento do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), Marco Faccin.
Às 18h desta segunda-feira, quatro das 23 casas de bombas de águas pluviais (água da chuva) da cidade operavam. Todas as estruturas foram recuperadas nesta gestão, mas quando a cota de inundação chega a 3 metros, elas não conseguem mais operar com toda a sua capacidade. O nível do Guaíba estava em 5,27 metros à tarde.
“Enfrentamos a maior crise climática do Brasil e não tem faltado união de esforços com município, Estado, União e Exército para abastecer a cidade. Decretei o uso racional da água, não gostamos de multar, mas se for necessário iremos fazer”, disse Melo.
Presente na coletiva, o presidente da CEE Equatorial, Riberto Barbanera, afirmou que 170 mil clientes estavam sem luz na Capital, a maioria por questões de segurança.