Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 25 de junho de 2020
Cientistas anunciaram a descoberta de um objeto astronômico inédito nas pesquisas espaciais. Trata-se de uma estrela de nêutrons negra, que, até então, não se imaginava ser possível de existir.
De acordo com o jornal The New York Times, o objeto é muito pesado para ser uma estrela de nêutrons, mas leve demais para ser considerado um buraco negro. A descoberta vai levar a novas pesquisas sobre como os corpos se formam no espaço.
A descoberta foi feita por uma equipe internacional de pesquisadores que trabalham em um projeto conhecido como Colaboração Científica Ligo-Virgo, usando detectores de ondas gravitacionais nos Estados Unidos e na Itália.
Os instrumentos detectaram a colisão de um buraco negro com massa 23 vezes maior do que a do Sol com outro objeto, que tinha 2,6 massas solares. “Esperamos décadas para resolver esse mistério”, disse Vicky Kalogera, da Universidade de Northwestern, uma das principais autoras do artigo, em entrevista. “Não sabemos se esse objeto é a estrela de nêutrons mais pesada conhecida ou o buraco negro mais leve conhecido, mas de qualquer forma ele quebra um recorde.”
Em uma declaração emitida pelo Conselho de Instalações de Ciência e Tecnologia da Grã-Bretanha, Charlie Hoy, um estudante da Universidade de Cardiff University e colega de Kalogera, se mostrou muito feliz com a descoberta. “Não acreditei no alerta quando o vi pela primeira vez. Não podemos descartar nenhuma possibilidade. Nós não sabemos o que é e é por isso que tudo é tão animador, porque isso realmente muda o nosso campo de estudo.”
Colisão de um buraco negro
O grupo internacional possui detectores de laser com vários quilômetros de alcance que captam pequenas ondulações no espaço-tempo causadas pela colisão de objetos massivos no Universo.
A informação coletada pode ser usada para determinar a massa dos objetos envolvidos.
Em agosto, os instrumentos detectaram a colisão de um buraco negro com massa 23 vezes maior do que a do Sol com outro objeto, que tinha 2,6 massas solares.
Isso faz com que o objeto mais leve seja mais massivo do que o tipo mais pesado de estrela morta (ou estrela de nêutron) já observado até agora – que tinha pouco mais que duas massas solares. Mas ele também era mais leve que o buraco negro mais leve já observado – com cerca de cinco massas solares.
Astrônomos têm pesquisado sobre esses objetos dentro de algo que eles costumam chamar de “buraco de massa”.
Escrevendo na revista científica “The Astrophysical Journal Letters”, os pesquisadores dizem acreditar que, entre todas as possibilidades, o objeto provavelmente seja um buraco negro leve, mas eles não estão descartando nenhuma hipótese. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e da BBC News.