Quinta-feira, 30 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de janeiro de 2020
Uma equipe de cientistas na Austrália disse na quarta-feira (29) que conseguiu criar com sucesso em laboratório uma versão do novo coronavírus que foi identificado na China. O feito pode ajudar a acelerar a criação de uma vacina contra a infecção. As informações são da agência de notícias Reuters.
Os pesquisadores do Instituto Peter Doherty de Infecção e Imunidade em Melbourne disseram que vão compartilhar a amostra, desenvolvida a partir da coleta de um paciente infectado, com a OMS (Organização Mundial da Saúde) e laboratórios ao redor do mundo.
Um laboratório na China já tinha conseguido recriar o vírus com sucesso, mas divulgou apenas a sequência do genoma, e não a amostra em si.
Com a criação e o compartilhamento do vírus, vacinas e medicamentos podem ser testados em animais infectados.
“Mais pessoas podem fazer a cultura do vírus, usar a informação para desenvolver medicamentos, vacinas e melhor caracterizar a natureza desse coronavírus e sua transmissão”, disse Raina MacIntyre, que dirige o programa de pesquisas em biosegurança do Instituto Kirby.
A amostra também poderia ser usada para gerar um teste de anticorpos que permitiria a detecção do vírus em pacientes infectados que não têm sintomas, segundo o Instituto Peter Doherty.
“Ter o vírus de verdade significa que agora temos a habilidade de validar e verificar todos os métodos de testes”, disse Julian Druce, diretor do laboratório de identificação de vírus do instituto.
A Comissão Nacional de Saúde da China disse nesta quinta-feira que o número total de mortes pelo novo coronavírus confirmadas no país aumentou em 38 para 170 no final de quarta-feira.
A comissão informou em comunicado que havia 7.711 casos confirmados até o final da quarta-feira, com mais 12.167 casos suspeitos.
O Instituto Peter Doherty é uma joint venture entre a Universidade de Melbourne e o Hospital Royal Melbourne. O Instituto Kirby é ligado à Universidade de Nova Gales do Sul.
Governos estrangeiros retiraram seus cidadãos do epicentro do surto do coronavírus na China nesta quarta-feira, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou “grave preocupação” sobre a contaminação de pessoa para pessoa em três países.
A OMS afirmou que seu Comitê de Emergência se reuniria novamente a portas fechadas nesta quinta-feira para decidir se a rápida propagação do novo vírus a partir da China constitui agora uma emergência global.
“Nos últimos dias o progresso do vírus, especialmente em alguns países, especialmente na transmissão de humano para humano, nos preocupa”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em entrevista coletiva em Genebra, citando Alemanha, Vietnã e Japão como os países que registraram transmissão de pessoa a pessoa.