Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 25 de novembro de 2015
Usando uma nova técnica de edição genética, conhecida como CRISPR-Cas9, pesquisadores da Universidade da Califórnia (EUA) criaram uma nova linhagem de Anopheles stephensi capaz de introduzir rapidamente genes que bloqueiam a malária em populações do inseto. Dessa forma, a expectativa é que o mosquito possa servir como poderosa arma na erradicação da doença, que infectou 214 milhões de pessoas apenas este ano, com 438 mil mortes, segundo estimativas da OMS (Organização Mundial de Saúde).
Para criar essa linhagem, os cientistas inseriram genes no DNA do A. stephensi que bloqueiam a malária, mas o que surpreendeu foi a taxa de 99,5% de transmissão dessa modificação para a prole. Essa espécie do mosquito é o principal vetor da malária na Ásia.
“Isso abre uma promessa real de que esta técnica pode ser adaptada para eliminar a malária”, afirmou Anthony James, pesquisador da Universidade da Califórnia e líder do estudo publicado esta semana na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.
O sucesso na transmissão da mutação para os filhotes do inseto foi possível graças a uma nova técnica, desenvolvida na própria universidade pelos biólogos Ethan Bier e Valentino Gantz. As equipes de Bier e Gantz trabalharam com James.
“É um primeiro passo significativo. Nós sabemos que o gene funciona”, disse James. (AG)