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Cientistas da ONU sugerem maneiras de salvar o planeta

Medidas pontuais podem evitar piores impactos do aquecimento global. (Foto: EBC)

Os riscos ambientais associados às mudanças climáticas no planeta têm sido demonstrados há anos. Ao mesmo tempo, essa constatação ainda não conta com uma contrapartida proporcional no que se refere a iniciativas capazes de enfrentar o problema de forma efetiva. Pois um grupo de cientistas da Organização das Nações Unidas (ONU) apresentaram um plano com propostas.

Eles acreditam que as medidas poderão ajudar a população mundial a evitar os piores impactos do aumento das temperaturas, por exemplo. É que detalha um estudo preparado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC, na sigla em inglês) e que sugere uma revolução sobre nossa forma de produção da energia.

Para evitar os grandes perigos do aquecimento global, as emissões de carbono precisam parar de crescer nos próximos três anos e cair rapidamente em seguida. E, mesmo assim, será necessário usar tecnologia para retirar dióxido de carbono da atmosfera e manter as temperaturas baixas. Confira quatro eixos do plano:

Aposentar o carvão

O relatório do IPCC tem 63 páginas detalhadas, repletas de observações e complexas notas de rodapé. Toda essa verborragia não consegue esconder a mensagem central dos cientistas: se o mundo quiser se livrar dos perigos do aquecimento global, os combustíveis fósseis precisam ser eliminados.

Manter o aquecimento global abaixo de 1,5 °C exige que as emissões parem de crescer até 2025, segundo os pesquisadores, e sejam reduzidas em 43% até o final da década. A forma mais eficaz de alcançar esse objetivo é gerar energia de fontes sustentáveis, como eólica e solar.

Realizar o improvável

Anos atrás, soluções tecnológicas para as mudanças climáticas eram geralmente consideradas ideias excêntricas. Desde pulverizar substâncias na atmosfera até resfriar a Terra bloqueando o Sol com escudos espaciais, diversas ideias foram ridicularizadas, criticadas e rapidamente esquecidas.

Mas, à medida que a crise climática se amplia e o corte das emissões de carbono parece ser difícil, os pesquisadores vêm sendo forçados a examinar novamente o papel da tecnologia para limitar e até reduzir o CO2 da atmosfera.

A ideia de remoção do dióxido de carbono da atmosfera agora é considerada totalmente normal, depois de ser endossada pelo IPCC no último relatório.

Os cientistas são claros: será realmente impossível manter as temperaturas baixas sem alguma forma de remoção de carbono, seja com árvores ou com máquinas de filtragem do ar.

Reprimir a demanda

Uma das grandes diferenças entre este relatório e suas versões anteriores é que a ciência social tem forte presença. Ela se concentra principalmente na ideia de reduzir a demanda de energia das pessoas nos campos da moradia, mobilidade e nutrição.

Isso engloba uma série de questões – incluindo alimentação de baixo carbono, resíduos alimentares, como construímos nossas cidades e como levamos para as pessoas opções de transporte com maior economia de carbono.

Carros elétricos trazem grande diferença para as emissões do transporte, mas exigem investimentos em tecnologia de carregamento de energia para acelerar sua aceitação.

O IPCC acredita que as mudanças nessas áreas poderão limitar as emissões dos setores de consumo final em 40 a 70% até 2050.

Resfriar com dinheiro

Muitas vezes se postergou o combate às mudanças climáticas devido aos altos custos envolvidos. Mas essa impressão se alterou nos últimos anos, já que a conta financeira dos desastres climáticos vem crescendo de forma consistente.

Agora, o IPCC está anunciando novas orientações quanto aos custos. O ponto principal é que, para transformar o planeta, com o perdão do trocadilho, não será necessário mover o mundo.

Existe muito dinheiro sendo gasto com combustíveis fósseis e não com soluções de energia limpa. Se os subsídios dos governos para os combustíveis fósseis fossem eliminados, as emissões seriam reduzidas em até 10% em 2030.

Com o passar do tempo, os modelos que incorporam os danos econômicos causados pelas mudanças climáticas demonstram que o custo global de limitar o aquecimento em 2 °C ao longo deste século é menor que os benefícios econômicos globais da redução do aquecimento.

Já manter as temperaturas bem abaixo de 2 °C custa um pouco mais, mas não muito, considerando os danos evitados e a ampla variedade de benefícios, como ar e água mais limpos.

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