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| Cientistas deixam o confinamento depois de passarem um ano simulando a vida no planeta Marte

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Seis cientistas viveram em um domo fechado, em isolamento quase completo. (Crédito: Reprodução)

Seis cientistas completaram uma simulação de como seria explorar Marte. Para tanto, eles viveram em um domo fechado, em isolamento quase completo, durante um ano. O objetivo dos “astronautas”, três homens e três mulheres, era coletar informações para a Nasa (agência espacial americana), sobre como seria manter uma equipe isolada durante tanto tempo.

Os seis estavam confinados no lado norte do vulcão Mauna Loa, no Havaí, em uma cápsula de 11 metros de diâmetro e seis de altura, preso em uma cratera sem animais ou vegetação. Durante o ano todo, só podiam sair do domo usando trajes espaciais.

“Posso te dar as minhas impressões pessoais: acho que uma missão a Marte no futuro próximo é realista. Acho que os obstáculos psicológicos e tecnológicos podem ser superados”, disse o francês Cyprien Verseux, astrobiólogo da equipe.

Imagens do grupo saindo do domo mostram os participantes desconcertados quando se reúnem com amigos e parentes, que tiram fotos. A equipe de administração do experimento deu frutas frescas para eles, que há um ano se sustentavam apenas com alimentos congelados. A física alemã Christiane Heinicke diz que eles conseguiram, durante os testes, encontrar água para seu sustento em um dos ambientes mais secos da Terra, à beira de um vulcão, com um solo semelhante ao de Marte.

“Provar que isso pode funcionar, que realmente conseguimos água de um solo que aparentemente é seco é uma das coisas mais importantes. Funcionaria em Marte”, diz ela.

Tristan Bassingthwaighte, o arquiteto americano da equipe, diz que tão importante quanto a ciência dos testes é o experimento humano de trancar seis pessoas juntas por tanto tempo. “A pesquisa que temos é vital para ajudar a escolher equipes, descobrir como as pessoas vão realmente trabalhar juntas em tipos de missões diferentes e como o fator humano afeta as viagens no espaço”, afirma ele.

“Um tédio absurdo.”

Segundo os participantes, o mais difícil é lidar com a monotonia. Mesmo com as tarefas, semelhantes as da exploração de Marte (extrair água do solo, fazer comida, experimentos científicos), as horas de descanso podiam ser tomadas pelo tédio se eles não tivessem cuidado. Com acesso limitado e lento à internet, eles focavam em hobbies.

“Sempre estávamos no mesmo lugar, com as mesmas pessoas”, disse o francês Verseux, que aconselhou os voluntários do próximo experimento a “trazerem mais livros”.

Bassingthwaighte concordou: “Por favor, o máximo de livros que vocês puderem”.

Cada um dos cientistas tinha um pequeno dormitório, com espaço para uma cama e uma mesa. A comida, queijo em pó e atum enlatado. Os sanitários eram secos, com um sistema aeróbico de tratamento. As duchas usavam energia solar.

Hoje, a Nasa tem condições de enviar um robô a Marte. A viagem demoraria oito meses. Já astronautas demorariam entre um e três anos. Os planos são de que a viagem só seja feita na década de 2030.

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https://www.osul.com.br/cientistas-deixam-o-confinamento-depois-de-passarem-um-ano-simulando-a-vida-no-planeta-marte/ Cientistas deixam o confinamento depois de passarem um ano simulando a vida no planeta Marte 2016-08-30
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