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Por Redação O Sul | 28 de agosto de 2020
Imagem mostra a casca do ovo (A), o crânio do dinossauro dentro da casca (B) e o crânio ampliado (C)
Foto: DivulgaçãoEm uma descoberta rara, uma equipe internacional de pesquisadores encontrou um embrião preservado de um dinossauro que viveu há 80 milhões de anos. Os achados foram publicados na revista Current Biology.
O dinossauro, um saurópode, é conhecido por seu pescoço comprido e cabeça pequena (o mesmo que aparece nos filmes de “Jurassic Park”) e era um dos maiores que já viveram, explicou o pesquisador John Nudds, professor da Universidade de Manchester e um dos autores do estudo.
“O embrião só tem um centímetro e meio de comprimento – talvez o bebê tivesse tido 10 ou 12 centímetros quando fosse chocado. Os adultos tinham 40 metros de comprimento”, disse Nudds.
Segundo o pesquisador, o ovo, provavelmente, teria sido chocado após 60 dias. E, depois que nascesse, o embrião levaria muitos anos para chegar ao tamanho adulto.
Ao examinar o embrião, os cientistas descobriram que os saurópodes tinham uma espécie de “chifre” no nariz que permitia que eles quebrassem o ovo na hora de nascer. Além disso, assim que nasciam, eles tinham visão estereoscópica, como a dos humanos, que permite enxergar em profundidade. Essa capacidade, entretanto, era perdida quando eles cresciam, afirmou Nudds.
“Nós ficamos bem surpresos. Eles tinham uma visão muito melhor quando eram bebês”, comentou o pesquisador. “Isso é uma descoberta científica interessante. Talvez fosse para evitar a predação, porque eles teriam sido muito vulneráveis quando bebês”.
Segundo o cientista, os bebês saurópodes seriam bastante precoces e independentes, mas, por causa de seu tamanho, é provável que ficassem no ninho por um longo tempo, sob a proteção da mãe – a estimativa é de que esses ninhos tivessem mais de um metro de diâmetro.
O embrião foi achado dentro de fragmentos de ovos retirados da Patagônia Argentina – onde, segundo Nudds, é comum encontrar fragmentos de ovos de dinossauro. O embrião foi contrabandeado do território argentino para os Estados Unidos, onde acabou sendo comprado por um dos autores do estudo, que trabalhava como preparador de fósseis.