Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 17 de novembro de 2020
Cientistas, historiadores e especialistas em inteligência artificial na Europa anunciaram que estão se unindo para um projeto de 2,8 milhões de euros (R$ 18 milhões) denominado “Odeuropa” para identificar e até recriar os aromas que teriam invadido narizes no Velho Continente entre o século XVI e o início do século XX.
Cheiro de incenso e tabaco
“Depois de começar a ler textos impressos publicados na Europa desde 1.500, você encontrará muitas referências a cheiros, de cheiros religiosos, como o cheiro de incenso, a coisas como tabaco”, disse o Dr. William Tullett, da Anglia Ruskin University, em Cambridge (Inglaterra), membro da equipe da Odeuropa, segundo o jornal britânico The Guardian.
Inteligência artificial
A primeira etapa do projeto de três anos, que deve começar em janeiro, será desenvolver inteligência artificial para rastrear textos históricos em sete idiomas para descrições de odores – e seu contexto – bem como para detectar itens aromáticos dentro de imagens como pinturas.
Aplicações médicas
“A pesquisa também incluirá discussões sobre determinados tipos de nariz do passado, os tipos de pessoas para quem o cheiro era significativo e o que o cheiro significava para elas”, completou Tullett, acrescentando que um exemplo seriam as aplicações médicas.
“Isso poderia nos levar a todos os tipos de cheiros diferentes, seja o uso de ervas como o alecrim para proteger contra a peste ou o uso de sais aromáticos nos séculos XVIII e XIX como um antídoto para convulsões e desmaios”, comentou o cientista.
Significados
Tullett acrescentou que uma parte fundamental do projeto é destacar como os significados e usos dos diferentes cheiros mudaram ao longo do tempo, algo que aparece na história do tabaco.
A equipe afirma que planeja usar suas descobertas para trabalhar com químicos e perfumistas para recriar os cheiros do passado e explorar como os odores podem ser transmitidos – junto com a compreensão do seu significado – para aprimorar a experiência dos visitantes de museus e outros locais históricos. As informações são do jornal Extra.