Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 11 de fevereiro de 2023
Um dos mais importantes nomes do cinema espanhol, Carlos Saura morreu na sexta-feira (10), aos 91 anos, de insuficiência respiratória. Saura foi um artista com curiosidade pelas várias facetas da vida. Produziu dramas secos e contundentes, numa linha de exploração do ser humano, das relações afetivas e sociais e das pulsões familiares. Tinha também paixão por musicais, que o levaria a investigar do flamenco à música mexicana, passando pelo jota, o tango, os fados ou o folclore argentino.
Veja abaixo cinco filmes imperdíveis de seu currículo:
Cría Cuervos
Ana relembra a infância, quando aos 9 anos perdeu a mãe e o pai em um curto intervalo de tempo. Com Geraldine Chaplin e a hipnotizante menina Ana Torrent dividindo o papel principal, o filme de 1976 levou o Prêmio do Júri no Festival de Cannes e foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Na trilha do longa, a canção “Porque te vas”, lançada pela cantora Jeanette dois anos antes, se tornou cult com o filme.
Mamãe faz cem anos
Durante uma reunião para comemorar o aniversário de 100 anos da matriarca, seus três filhos tramam seu assassinato para ficarem com o seguro de vida e da herança da mãe. A comédia dramática é uma homenagem de Saura ao cineasta espanhol Luis Buñuel e faz uma crítica à sociedade espanhola pós-franquismo. O longa de 1979 foi indicado ao Oscar de Melhor filme estrangeiro.
Deprisa, Deprisa
Três homens e uma mulher, todos jovens, estão envolvidos no crime. Roubam porque precisam mas também por prazer. Quando um crime dá errado, a mulher fica sozinha. O longa analisa mostra a juventude que vive o adeus à sociedade franquista em meio à chegada da liberdade e da democracia e em um cenário de marginalização econômica e fissuras morais. O filme de 1981 – que não usou atores profissionais e tem o elenco formado por jovens do bairro de Villaverde, em Madri – ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim.
Bodas de sangue
Uma cerimônia de casamento é interrompida quando um antigo amor da noiva aparece. Os dois são perseguidos quando decidem fugir. Primeiro dos três filmes que Saura fez em parceria com o grande mestre da dança flamenca, Antonio Gades. O longa de 1981 acompanha a companhia do coreógrafo e bailarino nos ensaios para uma montagem de “Bodas da sangue”, adaptação para os palcos de um poema de Federico Garcia Lorca. Dividindo a cena com Gades está Cristina Hoyos, outro nome do primeiro time do flamenco.
Ay, Carmela
Paulino e Carmela são artistas, casados, em turnê pelo interior da Espanha durante a Guerra Civil (1936-1939), levando com eles uma assistente muda. Republicanos, eles entram por engano em território rebelde. Protagonizado pela atriz Carmen Maura, o filme de 1990 ganhou 13 prêmios Goya, considerado o Oscar do cinema espanhol.