Cinco meses após romper com o presidente Jair Bolsonaro pela maneira como ele lidava com a pandemia e os ataques do presidente aos governadores, o governador de Goiás Ronaldo Caiado (DEM) se desdisse e se rasgou para o antigo aliado. As informações são da coluna de Guilherme Amado, da revista Época.
Após os dois se encontrarem em evento em Caldas Novas (GO), e Bolsonaro voltar a andar sem máscara e a provocar aglomeração, Caiado não economizou afagos em seu perfil no Twitter: “Um homem simples, corajoso e determinado que segue os princípios que o moveram até o momento: o bem do povo brasileiro”.
“O sábado está movimentado com a presença do presidente Jair Bolsonaro, que veio ao nosso Estado cumprir agenda e é sempre bem-vindo na nossa terra. Desde Juscelino Kubitschek, Jair Bolsonaro foi o presidente que mais investiu em Goiás. Agradeço o apoio que tenho recebido do Governo Federal”, escreveu Caiado no Twitter.
E continuou: “As obras de restauração e de manutenção da BR-080 em Goiás estão finalizadas. Agradeço ao ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e ao presidente Jair Bolsonaro, que desde o início da nossa gestão não mede esforços para atender as demandas do nosso Estado”.
Outro discurso
Em março, porém, o discurso era outro. Ao anunciar seu rompimento com Bolsonaro na ocasião, Caiado pediu que o presidente tivesse respeito e parasse de minimizar a pandemia e afirmou, copiando Barack Obama: “Na política e na vida, a ignorância não é uma virtude”.
Sua fala fazia menção a um pronunciamento de Bolsonaro em que chamou a Covid-19 de “gripezinha”. Na época, o Brasil tinha apenas 77 mortos. Agora, já são mais de 120 mil óbitos em decorrência da doença.
O governador também esteve presente na cerimônia de lançamento do Casa Verde Amarela, reformulação do Minha Casa Minha Vida, no Palácio do Planalto.
No dia 25 de março, após minimizar a pandemia do coronavírus em rede nacional, Bolsonaro foi alvo de duras críticas do governador.
Em uma coletiva de imprensa, Caiado criticou a postura do presidente diante da pandemia de Covid-19 e disse que só manteria contato com Bolsonaro por meio de comunicados oficiais. “Dizer que isso é um resfriadinho, uma gripezinha? Ninguém definiu melhor que Obama: na política e na vida, a ignorância não é uma virtude”, disse o governador. As informações são da revista Época e do site Congresso em Foco.