Quarta-feira, 02 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 31 de março de 2025
Cinco mulheres que acusam o falecido proprietário da Harrods Mohamed al-Fayed de violências, especialmente sexuais, vão iniciar um processo civil para obter indenizações por danos a partir da herança do empresário bilionário que morreu em 2023, anunciou o escritório de advocacia que as representa.
“As cartas de solicitação foram enviadas em nome de cinco mulheres que trabalharam como babás e comissárias para al-Fayed entre 1995 e 2012”, afirma o escritório de advocacia Leigh Day em um comunicado.
A ação é “a primeira etapa formal de um procedimento judicial por danos e interesses”, acrescentou. As supostas vítimas também pedem o início de uma investigação pública.
Segundo o comunicado, elas eram funcionárias da companhia aérea Fayair (de propriedade do bilionário) ou de outras empresas do clã e foram vítimas “de graves violências sexuais, assédio e maus-tratos”.
A nota também menciona “violências verbais” e “ameaças”.
“Iniciamos este procedimento em nome de nossas clientes, que foram vítimas de violências por parte de al-Fayed quando trabalhavam para ele ou para outras empresas fora da Harrods”, declarou o advogado Richard Meeran, citado no comunicado.
“É importante que sua sucessão (que inclui pessoas físicas e jurídicas) seja considerada responsável pelos abusos generalizados que ele cometeu contra pessoas que nunca trabalharam na famosa loja”, acrescentou Meeran.
Documentário
O número de acusações contra o magnata egípcio, ex-proprietário da Harrods e do clube de futebol inglês Fulham, aumentou consideravelmente após a exibição do documentário produzido pela BBC. A produção trouxe depoimentos detalhados de supostas vítimas, expondo um histórico de abusos que até então era pouco conhecido pelo público.
Após a exibição do documentário, a Polícia Metropolitana de Londres confirmou ter recebido mais de 90 novas denúncias contra Mohamed al-Fayed. Segundo a agência de notícias britânica PA, esse número pode já ter ultrapassado 100, levando a uma reavaliação da gravidade das alegações contra o magnata falecido.
O caso agora segue para os tribunais, e a Justiça britânica precisará decidir se a herança deixada por al-Fayed será utilizada para indenizar as denunciantes. Esse processo pode criar um precedente importante para outras vítimas que buscam justiça por abusos cometidos no âmbito profissional e pessoal por figuras poderosas. As informações são da agência de notícias AFP.