Quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de outubro de 2018
O candidato à Presidência pelo PDT, Ciro Gomes, disse que a recente valorização do dólar ante o real contribuiu para a inflação da área da saúde. “Praticamente todos os insumos são importados e, com o câmbio, já há uma inflação de 32% no setor”, disse o presidenciável durante evento com representantes do segmento, na capital paulista.
O pedetista ainda enfatizou seu descontentamento com as condições da saúde brasileira. “Em 38 anos de vida pública, nunca me assustei tanto com o cenário do Brasil. A situação do SUS (Sistema Único de Saúde) está em colapso”, ressaltou.
A Proposta de Emenda à Constituição nº 55 (PEC 55), que prevê o congelamento do orçamento para gastos primários, novamente foi citada pelo candidato como um fator que colabora para a manutenção dos problemas da área da saúde. “A política de teto de gastos limita investimentos”, criticou.
Minutos antes, Ciro recebeu propostas de diversos representantes do setor que informavam, por exemplo, os locais onde faltam médicos no País. Em resposta, ele se comprometeu a analisar todos os pleitos e, se eleito, lutar por saúde de qualidade.
Mulheres
Sobre o movimento #EleNão, o candidato afirmou que as mulheres vão salvar o Brasil de um “precipício”, referindo-se aos protestos organizados no País e no exterior contra a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) ao Palácio do Planalto.
No sábado (29), milhares de mulheres promoveram manifestações contra Bolsonaro em todos os Estados brasileiros e no Distrito Federal. Também foram registrados atos contra o presidenciável do PSL fora do Brasil, em países como Reino Unido, Portugal, França, Espanha e México.
Questionado por jornalistas sobre os atos contra Bolsonaro, o pedetista disse que ficou “muito orgulhoso” de ver que ainda há “um lado sadio na sociedade brasileira”.
“As mulheres brasileiras vão salvar o Brasil deste precipício. Eu fiquei muito orgulhoso de ser brasileiro, de ver que há um lado muito sadio na sociedade brasileira, que está muito adoecida por ódios, por violência, por interdições e preconceitos ideológicos”, declarou o candidato do PDT.
Ciro Gomes também foi questionado por jornalistas sobre se teme algum risco à democracia no Brasil em razão por reflexo da declaração de Bolsonaro de não vai aceitar o resultado da eleição se ele não for o vencedor.
O pedetista reconheceu que vê risco à democracia e disse que a fala de Bolsonaro foi estimulada por declarações recentes do general Hamilton Mourão, vice na chapa do PSL, e do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas. Ciro chamou Mourão de “fascista” e “macacão da truculência e da violência”.
Intervenção e golpe
“Junta a com cré com lé, fica muito claro que há em marcha em algum campo, algum porão do Brasil, uma compreensão de tutela, de intervenção e golpe”, enfatizou.
O candidato do PDT mencionou trecho de entrevista na qual Mourão declarou que, em situação hipotética de anarquia, pode haver um “autogolpe” por parte do presidente com apoio das Forças Armadas.