Domingo, 21 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de junho de 2023
Após o plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) formar maioria pela inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-ministro Ciro Gomes, que também foi candidato à Presidência em 2022, comemorou o resultado nas redes sociais. Foi do Partido Democrático Trabalhista (PDT), sigla que Ciro pertence, que partiu a ação que tirou Bolsonaro do cenário eleitoral por oito anos.
“Fez-se justiça! Quando nós do PDT pedimos providências ao TSE , queríamos proteger a democracia e punir o abuso de poder político praticado por Bolsonaro. Bolsonaro inelegível por império da lei”, diz a publicação feita por Ciro.
A postagem do pedetista ainda segue: “O que espero é que, de hoje em diante, tenhamos os brasileiros direito de cobrar de nosso governo mudanças profundas na vida política e econômica do Brasil , sem o oportunismo de a tudo termos que engolir porque senão… ‘Bolsonaro voltaria'”.
Já o presidente do PDT e ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, disse que o pedido pela inelegibilidade é decorrente do “descaso com a democracia”, “desrespeito com a ciência” e “abuso de poder” que, segundo ele, o ex-presidente cometeu nos quatro anos que chefiou o Planalto.
“Milhares de pessoas morreram por causa da pandemia e ele negou a ciência o tempo todo. Senhor ex, a Terra não é quadrada. Senhor ex, a vacina cura. Senhor ex, a ciência ajuda. Senhor ex, agora ex durante muitos e muitos anos. Justiça foi feita, o PDT tem orgulho de trabalhar ao lado da Justiça brasileira”, disse Lupi.
Na ação que tornou o antigo titular do Planalto inelegível, a Corte analisou a “Aije” movida pelo PDT no ano passado, em que o partido acusa o ex-presidente de ter cometido abuso de poder político e dos meios de comunicação na reunião com embaixadores. A poucos meses das eleições em que concorria à reeleição, Bolsonaro divulgou informações falsas sobre o processo eleitoral brasileiro a representantes de diversos países. O encontro foi transmitido pela TV Brasil.
Ataque às urnas
Na reunião – realizada às vésperas do início do período eleitoral – o ex-presidente fez ataques às urnas e ao sistema eleitoral, repetindo alegações já desmentidas de fraudes.
No julgamento no TSE, a defesa alegou que o sistema eletrônico de votação não pode ser considerado um tema tabu na democracia, e que a reunião foi um evento diplomático.
O vice na chapa de Bolsonaro, Braga Netto, que também é julgado, recebeu seis votos pela absolvição. Portanto, já tem maioria a favor de si.
O placar pela inelegibilidade de Bolsonaro foi 5 a 2; os votos favoráveis foram dos ministros Alexandre de Moraes, Benedito Gonçalves, Floriano de Azevedo Marques, André Ramos Tavares e Cármen Lúcia. Nunes Marques e Raul Araújo votaram por manter Bolsonaro elegível.