Quarta-feira, 04 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 24 de junho de 2024
O ex-ministro e ex-aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) Ciro Gomes (PDT) criticou a primeira-dama Janja da Silva ,e disse que o que chamou de “janjismo” irá atrapalhar o desempenho da esquerda nas eleições municipais. O termo cunhado pelo político cearense faz referência a uma militância mais aguerrida. As declarações foram dadas em entrevista na última quinta-feira (21).
“Pelo movimento da economia, a população vai votar contra o governo, mas pela guerra cultural e o ‘janjismo’, o governo vai perder a eleição. Não vai (só) perder 2026, vamos acompanhar as eleições municipais nas capitais brasileiras, que são uma pista nos grandes centros”, analisou Ciro ao canal do YouTube “My News”.
Esta não é a primeira vez que Ciro faz críticas públicas a Janja. No mês passado, em seu perfil no X (antigo Twitter), o ex-presidenciável questionou a postura do Palácio do Planalto em relação as fake news da tragédia no Rio Grande do Sul, e envolveu a primeira-dama numa polêmica de ataques a uma pesquisadora nas redes.
Na entrevista, após dizer que o governo tem chance de perder as eleições de 2024 e 2026, Ciro foi questionado sobre os possíveis postulantes pelo campo da direita na disputa à Presidência, uma vez que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está inelegível após sofrer duas condenações no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O ex-governador do Ceará considera Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), e Romeu Zema (Novo-MG) os mais cotados ao espólio de Bolsonaro. Para Ciro, Zema representa “o fim da picada”, enquanto Tarcísio faz acenos ao bolsonarismo, como a solidariedade prestada ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu no contexto da guerra contra o Hamas.
Quem recebe elogios é o goiano Ronaldo Caiado (União Brasil), que segundo Ciro “tem dotes”.
“Essa cara (Caiado) tem dotes. É um belo de um cara, eu conheço mais de perto: um médico, tem espírito público, é um bom administrador. Esse reacionarismo dele, que é fundador da UDR, já foi candidato a presidente lá atrás e tal, mas esse reacionarismo dele não impediu de ficar contra as posições malucas e negacionistas do Bolsonaro na pandemia. Ele foi pela vacina, foi pelo isolamento social, só que tá em uma província. (…) Mas é um quadro, acho que é um quadro”, analisa.