Terça-feira, 14 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de março de 2021
O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), afirmou que a anulação das sentenças do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é uma notícia positiva para o governo e “consolida muito” a chance de vitória do presidente Jair Bolsonaro em 2022. Nogueira disse que tem dúvida se Lula tem a mesma “capacidade” e a mesma “garra” de 20 anos atrás, e que talvez ele não seja o “mesmo Lula lá”, que vende “esperança”.
Ao mesmo tempo, avalia que as pessoas subestimam a influência do bolsonarismo no Nordeste, elogiando a conexão de Bolsonaro com o povo. “O Nordeste nunca foi de esquerda, é até mais conservador do que o restante do país.” Para Nogueira, é difícil partidos de centro apoiarem o PT na próxima eleição. “O PP, com certeza, não (apoia)”, declarou ele em entrevista ao jornal O Globo.
O senador afirmou, ainda, que a decisão do ministro Edson Fachin, do STF, sepulta a discussão sobre a prisão em segunda instância. Ele também considera que o ex-juiz e ex-ministro Sérgio Moro perdeu influência nacional e deve tentar vaga ao Senado pelo Paraná.
Questionado sobre como ele viu a anulação das condenações de Lula, Nogueira respondeu: “É uma situação que mexe muito no cenário. Na prática, acho que cria uma disputa entre os dois extremos. É muito difícil se viabilizar alguma coisa intermediária. Acho que até consolida muito a chance de vitória do presidente (Bolsonaro). É difícil o país voltar ao comando do PT. Ao mesmo tempo, fortalece o próprio PT em se tornar um partido expressivo dentro do Congresso, porque o Lula é um bom cabo eleitoral. Eles passam a ter um discurso, uma expectativa. Pode até não se concretizar, mas é uma expectativa muito viável em uma eleição, e acho muito difícil ele não estar no segundo turno. Tanto o Bolsonaro comemora por enfrentar o Lula, mas também o PT comemora em voltar a ter um candidato viável no segundo turno. Acho que até para a história do Lula não é bom ele disputar essa eleição, porque ele sempre passou, principalmente externamente, a imagem de uma pessoa imbatível aqui no Brasil. E a chance de vitória dele é muito pequena. Mas ele vai fatalmente sucumbir a esse desejo do PT de ter uma bandeira, de ter um candidato viável.”
Sobre se a questão da pandemia saindo do controle afeta a popularidade do governo e de Bolsonaro, Nogueira disse: “Olha, não é só a pandemia, é tudo que envolve a pandemia, principalmente a parte econômica. O presidente continua com os índices altos de intenção de voto. Acho que o presidente que vai ser eleito não é o de hoje, é o do próximo ano. Se até lá as pessoas tiverem vacinas, a gente tiver virado essa página, as pessoas costumam votar no que está acontecendo no dia, não no que aconteceu no passado, então não vejo possibilidade de o presidente chegar fraco nas eleições. Acredito que ele vai ser reeleito, e agora com essa situação tem chance de ganhar até no primeiro turno. Vai ser uma eleição muito polarizada. Ele perder eleição é quebrar um paradigma no nosso país. Nunca um presidente perdeu uma eleição. Não vejo possibilidade… Quer dizer, toda eleição é eleição, mas a chance de vitória dele cresceu mais ainda do que se houvesse um fracionamento. A rejeição do Lula, do PT, do petismo é muito forte no nosso país, muito maior do que a intenção de voto.” As informações são do jornal O Globo.