A atriz Cláudia Abreu falou sobre a sua personagem na nova audiossérie “Ninguém com esse nome”. Ela interpreta uma mãe cuja criança não se identifica com o gênero que lhe foi atribuído ao nascer.
“Cada vez é mais importante que se possa dar voz e escuta às pessoas que não se sentem confortáveis no próprio corpo (…) e, por meio do entretenimento e da sensibilidade que uma obra de ficção pode trazer, pode fazer você se transportar para aquela mãe, para aquela família e para cada pessoa”, disse ela durante entrevista.
Sua personagem é descrita pela atriz como “um pouco conservadora” e que “ela não era uma moderninha que entendeu de cara a demanda do filho”. Cláudia Abreu disse também que maternidade a ajudou a construir personagem.
“Me coloquei no lugar da Karen porque eu sou mãe e, a partir do momento que a criança fala ‘eu preferia morrer para não estar neste corpo e poder ser quem eu quero ser’, eu acho que é uma linha que não se cruza”.
Ao ser perguntada sobre como seria sua atitude caso esse caso acontecesse em sua família. “Faria o mesmo, no momento que eu tivesse certeza de que realmente era uma escolha primordial, determinante para a felicidade de um filho ou uma filha, eu faria como a Karen”, disse a artista.
Segundo ela, o debate sobre esse assunto é importante para o público, para ajudar na aceitação e respeito às pessoas trans. “Você pode não entender, pode não aceitar, mas você pode respeitar, pode não julgar, e isso já é um passo muito importante numa sociedade”, defende a atriz.
E concluiu: “Não é uma aula, não é uma entrevista, é uma história e, através dela, você pode se transformar. Eu acho que isso é a função mais importante da arte: transformar por meio do prazer, do entretenimento”.