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Mundo Clima é de revolta contra deputado brasileiro eleito nos Estados Unidos

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Santos se tornou o primeiro legislador a ser expulso do Congresso sem antes ser condenado por um crime federal. (Foto: Mikayla Whitmore/The New York Times)

George Santos é um deputado republicano eleito em novembro em Long Island, distrito de Nova York. Filho de brasileiros, ele ganhou fama após o New York Times revelar que ele mentiu sobre aspectos de sua vida, desde o currículo escolar até sua ficha corrida – ele é acusado de passar cheques sem fundos em Niterói (RJ).

Durante a campanha, ele se reunia com líderes locais e participava de reuniões do conselho escolar. Foi em um desses encontros que ele conheceu Teodora, hoje uma eleitora arrependida de Santos. “Não sou de tirar selfies com políticos. Mas George estava bem ao meu lado e acabei fazendo um vídeo dele. Foi assim que ele ganhou minha confiança”, contou Teodora, que trabalhou como voluntária na campanha.

Quando as primeiras denúncias de fraude surgiram, ela ficou em dúvida. Ao tentar contato com a assessoria do deputado e confirmar que ele havia mentido sobre o seu currículo, ela deu início a uma nova campanha, dessa vez para destituí-lo. “Comecei a me reunir com o comitê republicano local. Levei quase duas semanas para convencê-los sobre a urgência da renúncia.”

Ascendência

Uma das lorotas mais frágeis contadas por Santos é sobre sua ascendência judaica. Ele inventou que os avós maternos escaparam do Holocausto e publicou no Twitter que a mãe, Fátima Devolder, foi uma das vítimas do 11 de Setembro.

Mas o registro da morte da mãe pode ser encontrado na internet com outra data. Segundo a funerária responsável pelo enterro, Fátima nasceu em 22 de dezembro de 1962, no Rio de Janeiro, filha de Paul e Rosalina Devolder, e morreu em 23 de dezembro de 2016, no Elmhurst Hospital Hospice, aos 64 anos.

Em entrevista à Fox News, emissora preferida dos republicanos, Santos admitiu não ser assim “tão judeu”, mas disse que não estava mentindo, pois apenas se referiu a si mesmo como “jew-ish”, ou “meio judeu”, em tradução livre.

Drag Queen

Apesar de ter sido casado até 2019, dias antes de começar a campanha, em outubro, Santos passou a afirmar que era gay. “Sou abertamente gay, nunca tive problemas com minha identidade sexual na última década e posso garantir que sempre serei um defensor das pessoas LGBTQ+”, afirmou o então candidato.

No entanto, em um vídeo gravado em abril, Santos manifestou apoio a uma lei da Flórida que vetaria as discussões sobre orientação sexual e identidade de gênero em salas de aula do ensino fundamental no estado. Mas as questões sobre a sexualidade de Santos não param por aí.

Recentemente, uma drag queen brasileira, conhecida como Eula Rochard, publicou em seu perfil nas redes sociais uma foto dela ao lado de quem ela afirma ser Santos, que ela teria conhecido como Kitara Ravanche. “Só me lembrei dele porque estava assistindo o jornal na TV e ele apareceu”, contou Eula. Para tirar a dúvida, ela vasculhou fotos antigas e descobriu uma ao lado de Kitara Ravanche, que imediatamente viralizou nas redes sociais.

Santos negou e disse que tudo não passava de perseguição da mídia.

Mais mentiras

Na lista de mentiras, Santos disse ser um investidor imobiliário de sucesso, cuja família possuía vários prédios, mas os registros de sua relação mais intensa com o setor revelam apenas três processos de despejo no Queens, em Nova York, entre 2014 e 2017, em decorrência de calote no aluguel.

Santos se enrolou também na hora de explicar seu currículo escolar, que inclui uma breve passagem pela Horace Mann, escola preparatória particular de elite de Nova York. A instituição diz não ter registro do aluno.

Ele também garante ter estudado na New York University e no Baruch College, onde teria feito parte do time de voleibol. Nenhuma das instituições reconhece que ele tenha passado por suas salas de aula. Santos incluiu ainda no currículo uma bem-sucedida passagem por Wall Street, onde teria trabalhado para Citigroup e Goldman Sachs – o que os dois bancos negam.

Em dezembro, como deputado já eleito, ele admitiu ter exagerado um pouco ao montar seu currículo. “Não sou um criminoso”, disse o deputado, em entrevista ao jornal New York Post. “Isto não me impedirá de ter sucesso legislativo. Serei eficaz. Serei bom. Meus pecados foram embelezar meu currículo. Eu sinto muito.”

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