Uma nova personagem surgiu na saga protagonizada por Elon Musk, dono do X (antigo Twitter) e pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes: a Cloudflare. Com ela, o bilionário conseguiu driblar, ainda que de maneira temporária, o bloqueio judicial da rede social no Brasil, tornando o X acessível para alguns usuários.
De acordo com nota da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), os usuários do X que tinham o aplicativo instalado em seus celulares receberam uma atualização automática, e o novo software começou a operar de maneira diferente, agora utilizando endereços de IP vinculados ao serviço Cloudflare.
IP é uma sigla em inglês que, traduzida, significa “protocolo de internet”. Nada mais é que uma sequência de números que funciona como o endereço de um servidor.
Com o sistema utilizado pela Cloudfare, os IPs se tornam dinâmicos, isto é, mudam constantemente. Segundo a Abrint, muitos desses IPs são compartilhados com outros serviços legítimos, como bancos e grandes plataformas de internet, tornando “impossível bloquear um IP sem afetar outros serviços”.
A Cloudflare é uma empresa norte-americana, fundada em 2009 por Matthew Prince, Michelle Zatlyn e Lee Holloway. A missão da companhia, segundo relato no website, é “ajudar a desenvolver uma internet melhor”. “Acreditamos que, com nossa equipe talentosa, nossa tecnologia inteligente e nossos usuários motivados, podemos resolver alguns dos maiores problemas da internet, não importa o tamanho.”
A Cloudflare fornece serviços que visam tornar a navegação mais segura e eficiente, como gerenciamento de DNS (Domain Name System). Além disso, pode atuar como um intermediário entre o servidor de um site e o usuário – como no caso do X na quarta-feira (18).
A empresa conta com 330 data centers em cidades de mais de 12 países, o que a configura como uma rede global inteligente. “Ajudamos as empresas a recuperar o controle de seus ambientes de tecnologia e segurança, reduzindo a complexidade e melhorando a visibilidade em seus domínios no local, em nuvem pública, em SaaS [sigla para Software as a Service] e na internet pública. Para os indivíduos, tornamos a internet mais segura, rápida e privada”, afirma no site.
A Cloudflare é bastante conhecida no ramo e atua com redes e serviços gigantes do setor de tecnologia. Facebook, Netflix e Amazon utilizam a Content Delivery Network (CDN) da Cloudflare – que permite reduzir o tempo de carregamento do site de forma mais segura. Segundo a própria empresa, 30% das empresas da Fortune 1000 — lista anual das 1000 maiores empresas americanas, feita pela revista Fortune – confiam no seu sistema.