Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de outubro de 2021
Cada vez é mais comum que cobranças de dívidas sejam feitas por WhatsApp em vez de ligações telefônicas. A prática não é ilegal. No entanto, antes de fazer o pagamento é preciso tomar alguns cuidados para reconhecer a autenticidade do credor e não cair em golpes.
Segundo o especialista em recuperação de crédito e fraudes digitais, Afonso Morais, do escritório Morais Advogados, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) já autoriza cobranças pelo aplicativo de mensagens desde 2013. A popularização veio com a pandemia e, hoje, diversas prestadoras de serviços e empresas de telefonia já usam este canal.
Para ele, a modalidade traz benefícios, como poder negociar com mais cautela, quando tiver disponibilidade, sem precisar responder às propostas durante uma ligação na frente de outras pessoas.
“Muitas pessoas têm vergonha de falar no telefone sobre a dívida. Então, por mensagem, podem responder quando estiverem sozinhas, além de ter mais tempo para avaliar se o parcelamento é vantajoso e se cabe de fato no orçamento”, opina Morais.
O advogado alerta, porém, que as empresas precisam respeitar algumas regras básicas: não enviar mensagens todos os dias, dando um espaçamento mínimo de 48 horas entre os contatos, não fazer ameaças para pressionar o pagamento nem usar palavras desrespeitosas.
O consumidor, por sua vez, deve ficar atento se o contato é realmente do credor e não de um golpista. Nesse caso, não deve passar dados pessoais, clicar em links ou acreditar em descontos aparentemente muito vantajosos.
“As cobranças normais não têm descontos absurdos. Isso só acontece quando a dívida é muito antiga, de anos, ou em feirões limpa nome. Por isso, o cidadão deve desconfiar de propostas boas demais”, aconselha o especialista em fraudes digitais.
Como não cair em golpes
1) No primeiro contato, a empresa deve se identificar
Se desconfiar que se trata de um golpista, entre em contato com os canais oficiais de atendimento da empresa e verifique a autenticidade da cobrança. Pergunte também se a companhia tem a prática de fazer cobranças por WhatsApp.
2) Não clique em links
Ao fazer uma cobrança, a empresa não vai mandar nenhum link para que o cliente clique. Após a negociação entre as partes, é emitido um boleto para a quitação.
3) Avalie se a proposta é coerente
Veja se o desconto é compatível com a dívida ou se é vantajoso demais. Se a proposta for muito boa, desconfie.
4) Confira os dados
Na hora de fazer o pagamento, confira o código do banco e o nome do beneficiário. Não faça depósitos e transferências para pessoas físicas, ainda que se identifiquem como representantes legais da empresa. É necessária a apresentação de um CNPJ.