Depois de 22 sábados consecutivos de protestos, os “coletes amarelos” não poderão fazer manifestações neste fim de semana, nos arredores da Catedral de Notre-Dame, na França. Revoltados com doações de quase 1 bilhão de euros, vindas de grandes empresas para a reconstrução da igreja, os militantes pretendem fazer um novo protesto contra a política do governo nacional no próximo dia 20. “Se são capazes de dar dezenas de milhões para reconstruir Notre-Dame, que deixem de nos dizer que não há dinheiro para atender a emergência social”, argumentou Philippe Martinez, secretário-geral da Central Geral dos Trabalhadores (CGT), um dos principais sindicatos franceses.
A razão do impedimento de ingresso na ilha fluvial Île de la Cité, onde se encontra a catedral, seria segurança e a proteção do local danificado.
Os protestos dos “coletes amarelos” acontecem há meses e provocaram repetidos tumultos em Paris. As manifestações em massa também desencadearam a pior crise, até o momento, do mandato do presidente Emmanuel Macron. Em um discurso emocionado, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, convocou a população a formar uma aliança dos franceses em relação ao incêndio que afetou a catedral. “O período de reconstrução deve se tornar um momento de unidade”, disse a política socialista.
Os investigadores acreditam que os trabalhos de restauração provocaram o incêndio, mas ainda não há confirmação da causa ou de que o fogo teria sido ocasionado por um curto-circuito. A Promotoria Pública francesa comentou que “atualmente nenhuma hipótese é descartada”. Um dia após o desastre, Macron prometeu que Notre-Dame será reconstruída em cinco anos.