Sexta-feira, 20 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de fevereiro de 2023
Apesar de os smartphones liderarem a lista de intenção de compras nas principais datas do varejo, a categoria pode em 2023, enfim, ter sua primeira alta nas vendas em seis anos. Com o 5G ganhando espaço em cidades para além das capitais e regiões metropolitanas, a previsão é que a comercialização de celulares possa alcançar uma alta de até 5% neste ano, ultrapassando os 36 milhões de unidades, de acordo com previsão da consultoria GFK.
Previsão feita pela consultoria aponta que o avanço do 5G será essencial para esse aumento nas vendas. Segundo Rui Agapito, diretor comercial da GFK para América Latina, o 5G deve responder já no fim do ano por metade dos aparelhos comercializados no Brasil, representando entre 70% e 80% do faturamento da categoria.
Para analistas, o movimento será estimulado pelo reforço de lançamentos de aparelhos em diveArsas faixas de preço habilitados com a Quinta Geração (5G) , que confere velocidade até cem vezes maior que a rede 4G atual.
“O 5G vai ser um fator importante para o segmento, que vai iniciar uma curva de recuperação. Esperamos em 2023 um ano melhor para a categoria. Acreditamos que esse ano muitos consumidores vão trocar os aparelhos comprados em 2020, quando começou a pandemia”, disse Agapito .
Investimento
Nos próximos meses, marcas como Motorola e Xiaomi vão apresentar seus modelos. No segundo semestre, a Apple, tradicionalmente, apresenta seus novos iPhones. Juntas, as quatro marcas concentram 90% das vendas no Brasil.
Silmar Palmeira, diretor sênior de produtos para Qualcomm na América Latina, afirma que o 5G vai permitir a chegada de uma tecnologia mais acessível na palma da mão dos consumidores. Ele cita os investimentos dos fabricantes em inteligência artificial nos aparelhos que vão permitir modelos mais potentes a preços menores, já que há um esforço das companhias em elevar as vendas:
Os especialistas, no entanto, destacam os desafios para o setor em 2023. No cenário doméstico, a crise das Americanas é vista como ponto de atenção, já que a rede responde por cerca de 11% a 12% das vendas de smartphones, de acordo com analistas.
No exterior, há preocupações com as incertezas na China devido às contaminações de Covid, os impactos à cadeia de fornecimento e a guerra na Ucrânia. Esse cenário tem derrubado as vendas de aparelhos no mundo.
Preço
Para Reinaldo Sakis, gerente de Pesquisa de Consumer Devices da IDC Brasil, os negócios vão começar a reagir a partir do segundo semestre. Ele destaca as questões macroeconômicas do Brasil. Ele pondera que, apesar do portfólio das operadoras já ser composto em sua maior parte por modelos 5G, o consumidor ainda está comprando aparelhos 4G por uma questão de renda.
Os modelos 4G, por exemplo, registraram valor médio de R$ 1.300, segundo a GFK. Os celulares 5G tem preço médio de R$ 3.300.
“O 5G no ano passado começou forte, chegou a responder por 23% das vendas, mas depois, por falta de opções, chegou a cair para 14% e subiu para perto de 20%. Há um sentimento de que no ano passado as vendas ficaram aquém do esperado, percepção que tende a mudar esse ano”, aponta Sakis.
Rui, da GFK, destaca a redução nos preços dos celulares 5G:
“Vamos ter modelos 5G mais baratos em 2023 porque os fabricantes estão investindo em modelos mais em conta para gerar volume, mas não vamos ver quedas como as do ano passado, de 30% no valor médio”. As informações são do jornal O Globo.