Quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de agosto de 2019
Com decisão de expulsar o deputado federal Alexandre Frota, o PSL deixa o PT passar à frente e ter o maior número de deputados em exercício na Câmara. Até antes da expulsão, segundo o site da Casa, os dois partidos se mantinham empatados no número de representantes no Legislativo, com 54 deputados federais cada um.
O PSL tem ainda outros dois deputados que não exercem o cargo, entre eles o atual ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, suspeito de envolvimento no escândalo de candidaturas “laranjas” do partido. O cargo no momento é ocupado por Enéias Reis (MG). O PT tem outros dois deputados que atualmente não exercem o mandato.
Frota era integrante do PSL de São Paulo e teve a expulsão confirmada hoje após críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). Ele foi o único representante do partido que não votou a favor da reforma da Previdência — se absteve e disse que o governo não precisava de seu voto.
Foi eleito com mais de 156 mil votos e, segundo a legenda, foi expulso com base no artigo do regimento que regulamenta o desalinhamento partidário. O PSL afirmou que a decisão pela expulsão de Frota foi unânime.
Antes, o deputado expulso perdeu a vice-liderança do partido na Câmara e se envolveu em disputas internas com um dos filhos do presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), questionando a liderança estadual do aspirante à embaixada dos EUA.
Convite
Frota, expulso do PSL na manhã desta terça-feira (13), foi convidado para integrar o DEM. O convite foi confirmado pelo presidente do partido, ACM Neto, ao jornal O Globo. Segundo Neto, o convite foi feito na semana passada e se mantém agora com a expulsão de Frota do PSL. O deputado ainda não respondeu. Mas segundo a colunista Bela Megale, o PSDB trata como certa filiação de Frota.
O pedido de expulsão partiu do próprio presidente do PSL, o deputado Luciano Bivar (PE). A Executiva, presidida por Bivar, se reuniu na sede do partido na manhã desta terça para deliberar sobre o caso.
Estavam presentes na reunião o senador Major Olímpio (SP), o deputado Julian Lemos (PB), o líder da sigla na Câmara Delegado Waldir (GO) e outros membros do partido. A votação foi unânime, com nove se posicionando a favor da expulsão.
A deputada Carla Zambelli (SP) e Major Olímpio também haviam apresentado denúncias contra Frota. Na de Zambelli, constam tweets em que Frota chama o diretório estadual de São Paulo de “milícia de ex-PMs” e uma entrevista à revista ÉPOCA em que o deputado diz que Bolsonaro é sua “maior decepção”.
Carla também apontou o fato de Frota se abster no segundo turno de votação da reforma da Previdência como indício de infidelidade partidária. Segundo Bivar, porém, isso não foi levado em conta na expulsão de Frota.
O estatuto do PSL diferencia infidelidade partidária de “desalinhamento” do filiado com o partido. Por isso, o PSL não irá pedir a cassação do mandato de Frota por infidelidade partidária, já que essa infração não foi constatada, de acordo com Bivar. O presidente da sigla disse, ainda, que Frota foi advertido diversas vezes por suas declarações contra o presidente Bolsonaro.
“Foi um sentimento da Executiva Nacional do partido de que não foi a primeira vez que ele se comportou dessa forma, apesar de já termos conversado com ele.”