Ícone do site Jornal O Sul

Com a greve dos caminhoneiros, a prévia da inflação brasileira subiu 1,11% em junho e teve a maior alta para o mês desde 1995

A gasolina registrou forte alta de preço. (Foto: Reprodução)

O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15), que é uma prévia da inflação oficial do País, acelerou de 0,14% em maio para 1,11% em junho, conforme os dados divulgados nesta quinta-feira (21) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A taxa é a maior para o mês desde 1995 (2,25%).

O IPCA-E, que é o IPCA-15 acumulado por trimestre, situou-se em 1,46%, acima da taxa de 0,61% registrada no mesmo período de 2017. O acumulado no ano está em 2,35%, acima do índice de 1,62% registrado em 2017. O acumulado nos últimos 12 meses chegou a 3,68%, ante os 2,70% registrados nos 12 meses anteriores. Em junho de 2017, a taxa foi de 0,16%.

De acordo com o IBGE, a alta foi puxada pelo aumento nos preços de alimentos, da energia elétrica e dos combustíveis. O instituto já previa que haveria alta no indicador deste mês como resultado da greve dos caminhoneiros, que causou desabastecimento no País.

Grupos

O grupo dos Alimentos, que em maio registrou queda de 0,05%, subiu 1,57% em junho, impulsionado principalmente pela alimentação no domicílio, que, após alta de 0,09% em maio, acelerou em junho, atingindo 2,31%, com destaque para os itens batata-inglesa (45,12%), cebola (19,95%), tomate (14,15%), leite longa vida (5,59%), carnes (2,35%) e frutas (2,03%). A alimentação fora de casa (0,29%) também mostrou aceleração no nível de preços ante a queda de 0,28% registrada em maio.

No grupo Habitação (1,74%), o destaque foi o item energia elétrica, que apresentou alta de 5,44%, representando o segundo maior impacto individual no índice de junho. A vigência, a partir de 1º de junho, da bandeira tarifária vermelha patamar 2, adicionou a cobrança de R$0,05 a cada kwh consumido.

O item gás encanado (1,70%) refletiu os reajustes de 1,87% ocorridos no Rio de Janeiro (0,99%), em vigor desde 1º de maio, e de 3,35% em São Paulo (3,07%), a partir de 31 de maio. Os preços do gás de botijão também aceleraram, ficando, em média, 2,60% mais caros.

Ainda no grupo Habitação, a alta no item taxa de água e esgoto (0,77%) foi consequência dos reajustes de 5,12% nas tarifas em Curitiba (4,90%), a partir de 17 de maio, 2,78% em Recife (2,44%), em vigor desde 12 de maio, de 3,50% em São Paulo (0,60%), desde 09 de junho, e de 4,09% em Salvador (0,27%), a partir de 12 de junho.

Nos Transportes (1,95%), o grupamento dos combustíveis que havia caído 0,17% em maio subiu 5,94% em junho. O destaque foi a gasolina (de 0,81% em maio para 6,98% em junho), responsável pelo maior impacto individual no índice (0,31 ponto percentual), o que representa 28% do IPCA-15 de junho. O etanol acelerou em junho (2,36%), após a deflação (-5,17%) registrada em maio. O óleo diesel subiu 3,06%, após a alta de 3,95% em maio. A queda no item passagem aérea (-2,12%) foi menos intensa do que a apurada em maio (-14,94%).

Em todas as 11 localidades pesquisadas no IPCA-15, houve aceleração de preços no mês, sendo que apenas as regiões metropolitanas de Belém (0,76%) e Recife (0,95%) registraram índices abaixo de 1%. A Região Metropolitana de Belo Horizonte teve o maior resultado (1,37%), influenciado pela gasolina (6,77%) e a energia elétrica (11,14%), devido ao reajuste de 18,53% nas tarifas, em vigor desde 28 de maio.

Sair da versão mobile