Quando foi eleito governador da Califórnia (EUA), em 2003, Arnold Schwarzenegger decidiu dar um tempo na carreira de ator para se dedicar integralmente à política. Aclamado pelos eleitores, foi reeleito quatro anos depois – e adiou outra vez sua volta às telonas. Fora do gabinete desde 2011, o astro austríaco fez participações na franquia “Os Mercenários” e estrelou alguns filmes de menor repercussão. Neste ano, porém, Schwarzenegger se prepara para voltar com força total – e nada melhor para o retorno que recuperar o seu personagem mais conhecido, o robô T-800, com o novo filme “O Exterminador do Futuro: Gênesis”, previsto para estrear em 9 de julho.
“Eu adoro fazer projetos de todos os portes, mas algumas franquias envolvem mais o público, e ‘Exterminador’ é uma delas”, conta o astro de 67 anos.
“Para mim, foi uma honra ter recebido o convite para voltar depois de 30 anos. Alguns personagens, como James Bond e Batman, são maiores que um ou outro ator, que podem ser substituídos, então, fico feliz por ainda fazer parte dessa história.”
A alegria de Schwarzenegger por retornar ao papel é notável, mas ele não nega que teve de suar a camisa para voltar à pele (e aos circuitos eletrônicos) do robô: “Eu precisava estar com a mesma forma física que tinha no primeiro filme, em 1984. Então, peguei pesado no levantamento de peso, fiz treinamento com armas. Com a idade, seu corpo não se recupera tão rapidamente, então você precisa ser mais sábio, fazer o aquecimento, se preparar mais. Não é fácil, mas é gratificante”.
Invasão das máquinas.
Nas três décadas que separam o primeiro “Exterminador” de “Gênesis”, muita coisa mudou na sociedade. Em termos de tecnologia, então, nem se fala. “É incrível pensar que, em 1984, era uma grande fantasia pensar que as máquinas poderiam dominar o mundo, como previa o longa. Mas veja só onde estamos hoje: os computadores estão em todo lugar e eu não consigo nem ganhar uma partida de xadrez no meu iPad – mesmo quando coloco no nível de dificuldade médio [risos]”, brinca o austríaco, sempre muito bem-humorado e totalmente engajado com a tecnologia: ele está em várias redes sociais e sempre posta fotos e vídeos de seu cotidiano.
A presença dos computadores na vida de todos não foi a única mudança importante para Schwarzenegger: a própria maneira com que os filmes de ação são feitos mudou por completo.
“Hoje, muitas cenas são feitas em frente à tela verde [chroma key] e os efeitos especiais são adicionados depois, na pós-produção. Então, é mais difícil para os atores, porque você precisa ter uma imaginação boa e visualizar algo que ainda não existe”, explica ele, que lembra a forma “mambembe” de realização do primeiro filme.
“O orçamento era pequeno, de apenas 6,5 milhões de dólares [contra 170 milhões de dólares de ‘Gênesis’]. Então, nós filmávamos no meio da rua, sem polícia para isolar a área, sem permissão para gravar. O [diretor] James Cameron apontava o carro da produção, eu andava até lá e dava um soco na janela. As pessoas me viam caminhando como robô e deviam achar que eu era louco [risos].”
Schwarzenegger conquistou seu espaço e, depois de T-800, se prepara para “reviver” outros dois personagens: o bárbaro Conan, que interpretou em 1982 e 1984, e Julius Benedict, da comédia “Irmãos Gêmeos” (1988). “Dessa vez, serão trigêmeos: eu, Danny DeVito e Eddie Murphy”, adianta o ator. O público, é claro, já aguarda ansioso pelos filmes. (DSP)