Com a promessa de embalar uma festa sem fim e com o maior número de atrações da sua história, o Rock in Rio começa nesta sexta-feira (27), sua 20ª edição, em sua casa original: o Rio de Janeiro.
Com a maior Cidade do Rock da história, com 385 mil metros quadrados no Parque Olímpico, e ingressos ainda disponíveis para quatro dos sete dias , o festival reúne no line-up bandas de rock de estádio (Foo Fighters, Red Hot Chili Peppers), velharias repetidas (Bon Jovi, Iron Maiden), muita música pop e algumas novidades interessantes.
Drake é o headliner do primeiro dia e alguns encontros do palco Sunset prometem bons momentos. Palcos menores espalhados pelo festival passam a receber atenção, com curadorias mais atentas. A expectativa é vender todos os ingressos e receber 700 mil pessoas.
Para a vice-presidente do Rock in Rio, Roberta Medina, a Cidade do Rock parece menor, apesar dos 60 mil metros quadrados a mais do que na última edição. “São 17 palcos, teremos muita coisa acontecendo”, disse ao jornal O Estado de S. Paulo, na semana dos preparativos finais de abastecimento do local.
“Quem vier tem de organizar bem a agenda”, sugere. Um aplicativo oficial oferece a possibilidade de maneira interativa.
Em um ano em que os governos tem questionado iniciativas culturais por todo o Brasil, ela afirma que o Rock in Rio não passou por problemas com a esfera pública. “Sempre foi um trabalho de parceria, com respeito e admiração.Temos mais de 50 entidades públicas trabalhando conosco há meses”, disse Roberta.
Ela lembra um episódio de uma edição do Rock in Rio Lisboa, em que autoridades locais recolheram alimentos. “Super apoiamos esse tipo de fiscalização. É melhor assim do que ter 20 mil pessoas passando mal dentro da Cidade do Rock”, diz Medina. “Ao lidar com um público dessa dimensão, o excesso de preocupação é bem vindo. Não temos nenhum entrave, as coisas estão funcionando super normalmente.”
Em 2017, no Brasil, a Vigilância Sanitária do Rio aplicou multas e inutilizou 610 quilos de alimentos em pontos de venda de comida do Rock in Rio, o que gerou reclamações dos chefs envolvidos na operação.
Legado
Roberta Medina acredita que a Olimpíada no Rio, em 2016, “deixou um mega legado”, ao aprimorar muito a experiência com o BRT, por exemplo.
“Recebemos no Rock in Rio 60% do público de fora do Estado do Rio, então existe um impacto na capacidade do BRT, do metrô, etc. Precisamos pensar em muitas coisas, como em evitar gargalos nas filas de compras dos bilhetes, etc. Tem muitos detalhes e tem muitas equipes trabalhando neles há meses.”
Novos espaços
São seis novos espaços, com programações variadas e shows exclusivos, no Rock in Rio 2019: Espaço Favela, Supernova, New Dance Order, Fuerza Bruta, NAVE e Rota 85.
O Espaço Favela contará com mais de 30 apresentações de música, dança e outras manifestações culturais. Empreendedores de algumas favelas, selecionados por uma parceria com o Sebrae, também estarão ali comercializando trabalhos de gastronomia, serviços e outros.
Entre as atrações anunciadas, estão o rapper carioca BK, a Orquestra Maré do Amanhã e a festa Heavy Baile com Tati Quebra Barraco e MC Carol. Segundo o diretor artístico do espaço, Zé Ricardo, a curadoria buscou artistas pelo talento, sem nenhum tipo de assistencialismo ou paternalismo. A intenção foi revelar nomes que estão prontos para serem absorvidos pelo mercado. “Vamos apresentar novos artistas e alguns já muito conhecidos oriundos de favela que tem essa ligação com o lugar que residem, que estão ganhando espaço e já tem seu público e redes sociais muito fortes”, disse.