O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central, apontado como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), teve uma alta de 0,6% em janeiro deste ano em comparação com o mês anterior, segundo dados dessazonalizados divulgados pelo BC na segunda-feira. O dado surpreendeu o mercado, que previa um aumento menor.
Esse foi o quinto mês consecutivo de crescimento do nível de atividade. O resultado do IBC-BR é calculado após ajuste sazonal, uma “compensação” para comparar períodos diferentes.
Em relação ao mesmo mês do ano passado, o IBC-Br teve alta de 3,45%, enquanto no acumulado em 12 meses registrou um aumento de 2,47%, sem ajuste sazonal.
“O dado do IBCr surpreendeu, ficou acima das expectativas. Acelerou mais do que se imaginava. Quando há um erro de projeção para cima, no ritmo de atividade econômica, é sempre bom”, disse Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating.
Agostini afirmou que, com as melhoras observadas em vários segmentos da economia, como a indústria automobilística e o comércio varejista, dentro de um movimento de queda dos juros, decidiu rever para cima sua estimativa de crescimento do PIB no primeiro trimestre desde ano para o quarto trimestre de 2023: a projeção passou de uma alta de 0,3% para 0,7%.
Ele avalia que há mais clareza e definição sobre a política monetária na Europa e nos Estados Unidos. Porém, afirma que no cenário internacional permanecem incertezas em relação aos preços das commodities, por causa das guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza.
Internamente, Agostini destacou que o mercado espera uma manifestação do governo sobre a meta fiscal de 2024. Segundo ele, poderá ser uma nova meta, ou o reforço da atual, que é zero, com R$ 28 bilhões de tolerância para mais ou para menos.
Camila Abdelmalack, economista da Veedha Investimentos, avalia que o IBC-Br de janeiro favorece a expectativa de crescimento esperada para o primeiro trimestre deste ano. A alta de 0,6% em relação a dezembro, a seu ver, consolida o desempenho de indicadores importantes, divulgados na semana passada, como a abertura de 180.395 vagas formais de trabalho em janeiro; o aumento de 2,5% das vendas no varejo; e a expansão de 0,7% do volume de serviços prestados no país.
“Os economistas vêm ressaltando a performance sólida do consumo no Brasil, por conta da resiliência no mercado de trabalho, do incremento na renda real disponível para famílias e o movimento de queda de juros”, afirmou Abdelmalack.
Nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) vai se reunir e decidir qual o novo patamar da taxa básica de juro, a Selic. A taxa saiu de um patamar de 13,75% para 11,25% e a expectativa é que o percentual cairá para 10,75%. Há um consenso no mercado de que a Selic chegará a 9% até o fim de 2024. As informações são do jornal O Globo.