Encerrada na noite dessa quarta-feira (15) após 15 dias de programação na Praça da Alfândega e imediações (Centro Histórico), a 69ª Feira do Livro de Porto Alegre registrou vendas 40% superiores à edição de 2019 – última realizada de forma totalmente presencial antes da pandemia de coronavírus. O levantamento é Câmara Riograndense do Livro (CRL), organizadora do evento.
A opção por esse parâmetro comparativo se deve ao fato de que em 2020 a feira foi totalmente digital, avançando no ano seguinte para uma edição mista (com parte das atividades e vendas desenvolvidas de forma on-line). Os números exatos serão divulgados pela entidade nesta quinta-feira.
Cerimônia informal e que se repete a cada ano, o cortejo de despedida da Feira foi realizado no início da noite, sob tempo chuvoso na capital gaúcha. No comando da sineta-símbolo do fim dos trabalhos estava o patrono desta edição, o escritor e cineasta uruguaianense Tabajara Ruas, 81 anos.
O grupo contava com livreiros, editores, músicos, visitantes e autoridades. Representando o Município, compareceram o titular da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativas (SMCec), Henry Ventura, e o coordenador de Literatura e Humanidades da pasta, Sergius Gonzaga – o prefeito Sebastião Melo está em viagem oficial à Colômbia.
Para Ventura, mais uma vez a Feira do Livro de Porto Alegre proporcionou experiências culturais que foram respondidas pelos gaúchos, em um ambiente favorável ao diálogo. “Já estamos contando os dias para a 70ª edição”, salientou.
Sergius, por sua vez, ressaltou por sua vez a sensação de alegria resultante do fato de que, mesmo coincidindo com um período de chuvas e ventanias, a Feira do Livro possibilitou diversos eventos culturais, centenas de sessões de autógrafos e a venda de milhares de obras.
“Possibilitou, portanto, a aventura do conhecimento, a circulação de ideias e novos mergulhos no universo das paixões humanas”, declarou. “Por fim, garantiu a livreiros, editores e distribuidores um lastro financeiro para que continuem com sua árdua luta em defesa do livro, até hoje a mais importante invenção da humanidade”.
Novidades desta edição
– Horário de funcionamento das 10h às 20h. De acordo com a CRL, o expediente ampliado agradou livrarias, editoras e o público, devendo ser repetido na próxima edição.
– Número menor de bancas em relação ao ano passado: 72. A entidade avalia que a medida não afetou o volume de exemplares comercializados.
– Comitê de acessibilidade responsável por diversas atividades e iniciativas destinadas ao público com necessidades especiais.
Escultura leiloada
Cobiçada por muitos dos visitantes que passaram pela Feira deste ano, a escultura “Caminhos do Saber” foi leiloada nessa quarta-feira. A peça, com autoria de Luiz Jardim, foi arrematada por um empresário do ramo de azeites, mediante lance de R$ 2,7 mil.
Outros R$ 300 foram inteirados pelo leiloeiro responsável pelo pregão, para que o valor ficasse “redondo” em R$ 3 mil. O dinheiro será destinado à aquisição de livros para bibliotecas atingidas pelas enchentes na região do Vale do Taquari.
(Marcello Campos)