Sexta-feira, 31 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de julho de 2023
Aos 77 anos, ele é o presidente mais velho que o País já teve.
Foto: Marcelo Camargo/Agência BrasilA artrose no quadril que deve levar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à mesa de cirurgia, provavelmente em outubro, é o segundo problema de saúde a afetar a agenda do chefe do Executivo em seus sete meses no exercício do terceiro mandato.
Antes disso, em março, Lula havia adiado por alguns dias uma viagem à China por causa de uma pneumonia. Aos 77 anos, ele é o presidente mais velho que o País já teve, e sua saúde é motivo de preocupação.
Na manhã do último domingo (23), o petista foi submetido a uma infiltração na região do quadril. Isso significa que um anestésico foi aplicado diretamente na articulação, com o objetivo de amenizar as dores. A osteoartrose é caracterizada pelo desgaste das cartilagens articulares, que são os tecidos que revestem a extremidade dos ossos. No caso de Lula, o problema é na articulação do fêmur (o osso da coxa) com o quadril.
Em sua live semanal, nesta terça (25), o presidente disse que vai esperar até outubro para fazer a cirurgia porque pretende cumprir compromissos internacionais, como a reunião dos Brics, na África do Sul, em agosto, e o encontro do G-20, na Índia, em setembro. No início deste mês, o desconforto o fez cancelar a participação na festa junina do PT.
Mau humor
“Eu quero fazer a cirurgia porque não quero ficar com dor. Ninguém consegue trabalhar com dor o dia inteiro”, disse o petista, que tem artrose no quadril há vários anos.
A declaração foi dada durante o programa “Conversa com o Presidente”, transmitido nas redes sociais. Segundo Lula, durante a sua recuperação, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) vai exercer a Presidência “com muita tranquilidade”.
“Enquanto eu estiver me recuperando, o Alckmin fica no comando, sabe? Com total tranquilidade, que eu tenho total confiança no Alckmin, ele é um parceiro extraordinário, e o Brasil vai em frente”, afirmou.
Durante o programa, Lula deu mais detalhes sobre as dores que sente. “Eu estou como jogador de bola que não quer dizer para o técnico que está sentindo uma dor para não ir para o banco. Ele quer continuar jogando, e ele, então, finge que não está doendo”, disse.
“Eu sinto que às vezes eu estou com mau humor com meus companheiros. Eu chego de manhã para trabalhar, quando eu boto o pé no chão já dói, e eu tenho que falar bom dia sorrindo. Às vezes, eu não consigo falar. Às vezes, fica visível no meu rosto que eu estou irritado, que eu estou nervoso”, continuou.
“Aí você vai ficando uma pessoa incômoda, uma pessoa chata, você vai ficando uma pessoa que ninguém quer falar mais bom dia para você com medo de tomar um esporro”, explicou.
Em fevereiro deste ano, Lula chegou a realizar exames no Hospital Sírio-Libanês de Brasília, após se queixar de um incômodo na barriga e no quadril – que surgiu depois que o petista voltou para sua rotina de exercícios físicos. As atividades físicas variavam entre caminhadas na esteira, musculação e esportes, como boxe.