Quarta-feira, 08 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de novembro de 2020
Enfrentando um câncer de mama, Andreia Baricelli, mulher do ator Luigi Baricelli, está nos preparativos para uma cirurgia. O casal fez o anúncio nas redes sociais no sábado (7) e se mostrou confiante para essa etapa do tratamento.
“Estamos prontos para a operação. Fundamental ter bom astral nas adversidades”, escreveu o ator na legenda do vídeo compartilhado no Instagram.
O casal também aproveitar a ocasião para reforçar a conscientização das mulheres sobre a prevenção da doença. Em outro vídeo, Andreia dá seu depoimento sobre como descobriu o tumor: fazendo os exames de rotina. Depois de uma biopsia, veio a confirmação.
“Ouvir isso do meu mastologista realmente não foi nada agradável. Mas eu não estava sozinha. A empatia do meu médico foi acolhedora. Do meu lado, estava o meu marido e os meus filhos, que sempre me fortalecem”, contou.
Luigi elogiou a atitude da mulher diante do diagnóstico e a decisão de, num momento tão delicado, preocupar-se em fazer o alerta.
“Encarando a realidade do câncer. Andreia, sabemos que é duro, mas fazemos ficar fácil. Ao invés de ver o problema, o encaramos para resolvê-lo. Esta é só mais uma passagem que faremos de maneira suave, pois estamos muitos bem assistidos e preparados. Andreia, amo esta sua atitude de compartilhar sua força com outras mulheres que estão passando pela mesma coisa e alertar a necessidade do exame de câncer de mama, que pode salvar muitas vidas”, declarou o ator.
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Mesmo com o fim do Outubro Rosa, campanhas de conscientização sobre o câncer de mama estão por toda parte: na televisão, em pontos de ônibus e nas fitas rosas, símbolo do combate à doença, há mensagens sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento. Isso não se reflete, porém, na qualidade dos serviços encontrados por grande parte das brasileiras que procuram o SUS (Sistema Único de Saúde) para tratar o câncer de mama. Há, principalmente, demora no diagnóstico e no início do tratamento, o que pode ser crucial para a cura, como mostra um estudo lançado em setembro pelo Instituto Avon em parceria com o Observatório de Oncologia, plataforma de monitoramento de dados relacionados a diferentes tipos de câncer.
De acordo com a pesquisa Panorama da Atenção do Câncer de Mama no SUS, que analisou dados de 2015 a 2019, pacientes do sistema público levam, em média, 45 dias para a confirmação da doença. Do diagnóstico ao início do tratamento, são mais 83 dias. No Brasil, a legislação exige que o diagnóstico de pacientes de câncer seja dado em, no máximo, 30 dias (Lei dos 30 Dias, de 2019), e que o tratamento comece em até 60 dias após confirmada a doença (Lei dos 60 dias, de 2012). Não foi feita comparação com o sistema particular de saúde.
“Em alguns casos, no SUS, a mulher é diagnosticada precocemente, mas, por atraso no início do tratamento, a doença dela avança. O tratamento acaba sendo muito mais agressivo e com menor chance de cura”, afirma a mastologista Juliana Francisco, consultora médica do Instituto Avon. “Temos que encurtar as barreiras da mulher nessa jornada.”
Um menor tempo de espera pelo tratamento pode salvar a vida de milhares de mulheres, explica Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon. “O diagnóstico precoce apresenta chance de cura de 95%, que cai para 20% em estágio mais avançado”, afirma. “Sabemos o que fazer, mas não fazemos. O levantamento mostra que o Brasil está em uma situação precária”, diz Daniela.
Ela também aponta como alarmante o dado relacionado à porcentagem de mamografias feitas em mulheres de 50 a 69 anos no Brasil: somente 23% desse público têm acesso ao exame. A recomendação da OMS (Organização Mundial da Saúde) é que seja de 70%.