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Com Dilma fora do País, Lula comanda reação do PT a denúncias de empreiteiro

Lula discutirá a Lava-Jato, a relação com o PMDB e a agenda do governo após a aprovação do ajuste fiscal (Foto: Sebastião Moreira/EFE)

Com Dilma Rousseff em viagem aos Estados Unidos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comanda nesta segunda-feira (29), em Brasília, reuniões com o objetivo de cobrar do PT uma reação às novas denúncias que atingem o partido e o Palácio do Planalto. Lula vai jantar com as bancadas do PT no Congresso. O encontro foi agendado antes do aprofundamento da crise que atinge o governo, que se agravou no fim de semana com a revelação de novos detalhes dos depoimentos do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, a procuradores da Operação Lava-Jato.

O empresário confessou que pagou propina para fazer negócios com a Petrobras e relatou encontros em que discutiu contribuições políticas com os ministros Aloizio Mercadante, da Casa Civil, e Edinho Silva, da Secretaria de Comunicação Social.

Antes do jantar, Lula se reunirá com dirigentes do PT. Os temas dos encontros serão a Lava-Jato, a relação com o aliado PMDB e a agenda do partido e do governo após a aprovação do ajuste fiscal. Ministros petistas defendem uma estratégia conjunta de Dilma e Lula para reagir à crise política e econômica, embora a relação entre os dois esteja estremecida.

O ex-presidente tem feito críticas públicas à condução do governo. Emissários de Dilma o procuraram na semana passada e pediram a Lula que reassumisse a liderança da reação petista, com o que o ex-presidente concordou. Nas palavras de um assessor presidencial, Dilma, Lula e o PT sabem que são uma coisa só, e “ninguém vai superar essa crise sozinho”. Lula tem conversado com ministros, mas não com Dilma. Eles não se falaram depois da revelação dos novos detalhes dos depoimentos de Pessoa.

A UTC deu 7,5 milhões de reais para a campanha de Dilma em 2014. Pessoa diz que fez a doação porque Edinho, então tesoureiro da campanha, sugeriu que ele poderia ter problemas na Petrobras se não colaborasse, o que Edinho nega. O empreiteiro disse ter dado 250 mil reais de caixa dois para a campanha de Mercadante ao governo paulista em 2010. O ministro alega ter recebido 500 mil reais em duas doações de empresas de Pessoa, ambas legais e registradas.

Lula pretende cobrar dos deputados e dos senadores do PT uma defesa mais enérgica do partido contra o que o governo chama de “vazamentos seletivos” na Lava-Jato – na visão dos petistas, para prejudicar só o partido. (Andréia Sadi/Folhapress)

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