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Economia Com a disparada do dólar e leilões do Banco Central, reservas internacionais do Brasil caem 7,1% em 2024

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A escalada da moeda norte-americana em 2024 é resultado de uma série de fatores externos e internos

Foto: Marcello Casal Jr/ABr
A escalada da moeda norte-americana em 2024 é resultado de uma série de fatores externos e internos. (Foto: Marcello Casal Jr/ABr)

As reservas internacionais do Brasil somaram US$ 329,7 bilhões em 31 de dezembro de 2024. O número representa uma queda de 7,1%, ou US$ 25,3 bilhões, em relação ao patamar do ano anterior, no mesmo período, quando o país tinha US$ 355 bilhões em reservas. O montante funciona como uma espécie de “poupança” que o governo faz em moedas estrangeiras, para que sejam usadas em caso de crises internacionais.

A queda se deve à venda de dólares pelo Banco Central. Em um intervalo de 12 dias úteis, o Banco Central injetou US$ 32,574 bilhões no mercado por meio de intervenções cambiais extraordinárias. Foram 14 leilões, nove com oferta de dólares à vista e cinco com compromisso de recompra.

Só a venda à vista somou US$ 21,574 bilhões em dezembro, incluindo o maior leilão da modalidade desde o início do câmbio flutuante, em 1999, com a oferta de R$ 5 bilhões de uma só vez. Em leilões de linha, foram entregues US$ 11 bilhões em dinheiro novo para o mercado. A atuação extraordinária do BC no mercado de câmbio aumentou a oferta de dólar, o que ajuda a conter a alta da moeda.

Em dezembro do ano passado, o então presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que “o BC tem muita reserva e vai atuar quando necessário” ao comentar a alta do dólar e a venda da moeda americana.

Nas duas últimas décadas, o país formou boa parte das reservas cambiais, uma espécie de “colchão de segurança”, com o BC adquirindo uma porção dos dólares que entram nas vendas do comércio exterior, nos investimentos financeiros no mercado de capitais e nos investimentos diretos. As exportações brasileiras têm batido recorde reiteradamente.

O dólar vem em uma escalada desde o fim de novembro, com a apresentação do pacote fiscal do governo federal, que frustrou as expectativas de um ajuste mais duro nas contas públicas e aumentou as dúvidas sobre a sustentabilidade da dívida do País. Desde então, a moeda superou pela primeira vez a marca de R$ 6 e seguiu em trajetória de alta, situando-se próximo de R$ 6,20.

O real fechou 2024 com a pior performance na comparação com a moeda americana entre 31 moedas mais líquidas (de fácil negociação), em desvalorização de 27,35%.

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