Terça-feira, 07 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de janeiro de 2025
O dólar acima de R$ 6,10 acabou levando muitos turistas que esperavam visitar os Estados Unidos no próximo ano a recalcular a rota. Para os amantes da Europa, o euro perto de R$ 6,50 também não é música para os ouvidos. Os altos preços das passagens aéreas combinados com o custo elevado de alimentação e passeios fez com que alguns destinos clássicos dos brasileiros se tornassem opções caras para boa parte dos viajantes.
Muitos agora buscam destinos alternativos. Mas, é preciso pesar na balança o câmbio mais favorável com os preços das passagens aérea — que, dependendo do local almejado, pode sair bem mais cara.
O aumento da oferta de voos para destinos na América do Sul barateou as viagens a países desta região, explica Jeanine Pires, especialista em turismo, membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (CDESS) e ex-presidente da Embratur:
“Como aumentaram os voos de conexão entre o Brasil e esses países, acaba aumentando a oferta de assentos. Isso pode trazer uma passagem aérea mais em conta”.
Apesar da valorização do dólar e do euro terem aberto os horizontes dos brasileiros aos destinos sul-americanos, Pires afirma que a procura por viagens aos EUA ou à Europa não diminuiu.
Na Europa, mas sem euro
A Polônia definitivamente não é a primeira opção que passa na mente dos brasileiros quando pensam em viajar para o exterior. Por outro lado, é um dos países mais em conta da Europa e pode ser uma alternativa para quem sonha em visitar o continente, afirma Fernanda Cassiano, trabalhadora humanitária e chefe de programas do Conselho Norueguês de Refugiados, que atualmente trabalha no país.
“Apesar da Polônia pertencer a União Europeia, ela não faz parte da zona do euro. A moeda da Polônia tem uma cotação muito mais acessível em relação ao dólar e ao euro, o que poderia ser interessante pro brasileiro nesse momento”, explica.
A moeda oficial da Polônia é o Zlóti, que atualmente vale cerca de R$ 1,51. As compras, a hospedagem e a alimentação são mais baratas que no restante da Europa. Outra vantagem é que costuma ser um destino menos visitado e pode ser ideal para quem procura fugir das cidades mais disputadas pelos turistas. Outros destinos europeus mais em conta são República Tcheca, Bulgária e Romênia.
Na Ásia, lista a trabalhadora humanitária, uma boa opção para o turista, quando se considera o custo, é a Tailândia. A viagem para o país costuma sair muito mais em conta do que a visita à boa parte da Europa, por exemplo. O turista encontrará opções de restaurantes não tão luxuosos, mas que podem oferecer comida boa e conforto, além do principal: preços mais baratos, afirma.
“Destinos no Sudeste Asiático ainda valem a pena, pois, apesar da passagem ser um pouco cara por causa da distância, tanto hospedagem como comida nos países do Sudeste Asiático como o Vietnã, Camboja e Laos são muito baratas”, explica.
América do Sul
Na América do Sul, o destino clássico dos brasileiros, que é a Argentina, já não está uma pechincha como era nos anos de peso superdesvalorizado. Mas Amanda Santiago, editora do blog de viagens Quanto Custa Viajar, avalia que, mesmo com o aumento nos custos, o país ainda pode ser uma viagem barata para os brasileiros, com preços equiparados a algumas capitais brasileiras.
Outro local na América do Sul que pode ser vantajoso aos brasileiros é a Colômbia. Além da vantagem de passagens aéreas mais baratas, o país também possui um câmbio bastante desvalorizado em relação ao real. Santiago, que já visitou o país, afirma que o lugar tem preços de alimentação, transporte e passeios semelhantes aos do Brasil — e, a depender da cidade, mais baratos.
Marrocos mais em conta
Na África, Santiago seleciona o Marrocos como o destino ideal para quem quer economizar. Ela aponta que o país é o pacote completo: hospedagem, alimentação e passeios são em conta.
Ela menciona que alguns países vistos como baratos na África nem sempre saem em conta. É o caso da África do Sul, por exemplo. O rand sul-africano, moeda oficial do país, teve forte valorização frente ao real este ano. Já o Egito, outro destino bastante conhecido, pode ser um pesadelo na hora de pagar os passeios. Santiago alerta que os preços costumam ser dolarizados para os turistas e, com isso, o viajante brasileiro pode ter prejuízo.